Tudo começa com um inofensivo
trago, apenas para experimentar ou se sentir aceito entre a roda de amigos. O
tempo passa e com ele ocorre uma mudança radical na trajetória de vida de cerca
de 20 milhões de brasileiros, que passaram a figurar na preocupante categoria
dos fumantes.
Apesar do descrédito da grande maioria das pessoas, as rápidas
alterações cerebrais são capazes de tornar um único cigarro um perigo
potencial. Embora tendo registrado um redução em torno de 20 mil pessoas, entre
os últimos dois anos, um levantamento do Ministério da Saúde aponta que o
Recife é a capital com maior percentual de fumantes do Nordeste, com 164 mil
pessoas inseridas no vício, representando 10,7% da população.
Neste sábado, a
celebração do Dia Mundial Sem Tabaco chega com o objetivo de promover a mudança
de hábitos, trazendo um alerta para uma das principais causas de doenças
crônicas no mundo.
“Procurei ajuda e fiz alguns
exames. A conversa com o médico me deu um grande choque e percebi que tinha
chegado a hora de parar”, revelou, hoje comemorando 20 dias sem fumar. Já a
dona de casa Natália Nogueira, 28, se diz renovada há dois anos, quando passou
a investir o dinheiro gasto com o vício em outras finalidades. “Não é uma
tarefa fácil, porém necessária. Quando a vontade aperta, tento respirar fundo e
relaxar. O importante é preencher a minha mente e esquecer o cigarro”,
reforçou.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de cinco milhões de óbitos por ano acontecem por
fatores atribuídos ao tabaco. A prospecção mostra que esta dependência mata
mais que a tuberculose, Aids e malária juntas. Para a oncologista Silvia
Fontan, apesar de largamente difundida, a gravidade do problema acaba sendo
empurrada para debaixo do tapete pela maioria da população. “Vejo pacientes a
caminho de um câncer de pulmão, que ainda insistem em continuar fumando.
Parecem fechar os olhos para a sentença fatal que estão assumindo”, lamentou a
médica.
Do Folha PE
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