sábado, 31 de maio de 2014

Dia Mundial Sem Tabaco alerta para os males do cigarro


Tudo começa com um inofensivo trago, apenas para experimentar ou se sentir aceito entre a roda de amigos. O tempo passa e com ele ocorre uma mudança radical na trajetória de vida de cerca de 20 milhões de brasileiros, que passaram a figurar na preocupante categoria dos fumantes. 

Apesar do descrédito da grande maioria das pessoas, as rápidas alterações cerebrais são capazes de tornar um único cigarro um perigo potencial. Embora tendo registrado um redução em torno de 20 mil pessoas, entre os últimos dois anos, um levantamento do Ministério da Saúde aponta que o Recife é a capital com maior percentual de fumantes do Nordeste, com 164 mil pessoas inseridas no vício, representando 10,7% da população. 

Neste sábado, a celebração do Dia Mundial Sem Tabaco chega com o objetivo de promover a mudança de hábitos, trazendo um alerta para uma das principais causas de doenças crônicas no mundo.

“Comecei com uma, depois duas e quando me vi já estava comprando três carteiras, devorando rapidamente 60 cigarros por dia. O cheiro de fumaça já estava impregnado na minha roupa, no meu corpo e em tudo que eu tocava”, contou com pesar, a vendedora Sulene da Conceição, de 35 anos, que começou a fumar ainda na adolescência. Ela é uma das dezenas de participantes que buscaram ajuda em dos seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps), espalhados pela Capital. A moradora do bairro de Campo Grande, na Zona Norte, relata que começou a sentir fortes dores no peito e foi acometida por uma tosse insistente, lhe privando de tarefas comuns do dia a dia.

“Procurei ajuda e fiz alguns exames. A conversa com o médico me deu um grande choque e percebi que tinha chegado a hora de parar”, revelou, hoje comemorando 20 dias sem fumar. Já a dona de casa Natália Nogueira, 28, se diz renovada há dois anos, quando passou a investir o dinheiro gasto com o vício em outras finalidades. “Não é uma tarefa fácil, porém necessária. Quando a vontade aperta, tento respirar fundo e relaxar. O importante é preencher a minha mente e esquecer o cigarro”, reforçou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de cinco milhões de óbitos por ano acontecem por fatores atribuídos ao tabaco. A prospecção mostra que esta dependência mata mais que a tuberculose, Aids e malária juntas. Para a oncologista Silvia Fontan, apesar de largamente difundida, a gravidade do problema acaba sendo empurrada para debaixo do tapete pela maioria da população. “Vejo pacientes a caminho de um câncer de pulmão, que ainda insistem em continuar fumando. Parecem fechar os olhos para a sentença fatal que estão assumindo”, lamentou a médica.


Do Folha PE

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