A presidente Dilma Rousseff tinha
razão. O Brasil sediará a "Copa das Copas". Dados oficiais da Fifa
apontam que, pelo menos do lado financeiro e de marketing, o Mundial que começa
em poucas semanas baterá todos os recordes da história do futebol.
Ela será a Copa mais cara, a mais
lucrativa, a que distribuirá maiores prêmios, a que será vista por um número
inédito de pessoas, a que mais teve ingressos pedidos e a que terá em campo os
craques mais caros da história do futebol. Das seleções aos clubes, dos atletas
aos cartolas, todos sairão do Brasil com um volume de dinheiro inédito nos
bolsos.
A renda da Fifa ultrapassará a
marca de US$ 4 bilhões, mais de US$ 800 milhões acima do que a entidade obteve
na África do Sul em 2010. Mas a entidade insiste que nunca gastou tanto com um
evento quanto a Copa no Brasil. No total, o investimento da Fifa teria chegado
perto de US$ 2 bilhões.
Para ter o direito de transmitir
a Copa, redes de televisão pagaram um valor recorde para a Fifa: cerca de US$
1,7 bilhão. A expectativa é de que a audiência seja recorde. Na final da Copa
em 2010, 530 milhões de pessoas assistiram a Espanha levantar o troféu. Desta
vez, os números devem bater essa marca. No Brasil, mais de 14 mil jornalistas
foram credenciados para o evento, outro recorde.
Os estádios também bateram
recordes, com gastos feitos no Brasil de mais de R$ 8,5 bilhões para as doze
arenas, três vezes o que a CBF havia indicado para a Fifa em 2007. O valor é
ainda o equivalente a tudo o que a Alemanha e a África do Sul gastaram em duas
Copas do Mundo, juntas.
Outro recorde é o número de
pedidos de ingressos. No total, mais de 11 milhões de pessoas enviaram seus
pedidos para os 3 milhões de ingressos disponíveis. Só para a final no
Maracanã, a Fifa poderia ter preenchido cinco estádios com os pedidos que
recebeu.
ATLETAS
A Fifa garante que as seleções
também ganham com a Copa. O prêmio ao vencedor de US$ 35 milhões é o maior já
pago pela entidade. Mas ele é apenas um terço do que a Fifa gasta anualmente
para pagar os salários de seus funcionários e cartolas em Zurique. Outros US$
323 milhões serão distribuídos para as outras 31 seleções.
Diante dessa realidade financeira
inédita, algumas seleções já anunciaram que os prêmios que darão aos 23
jogadores baterão recordes. A França, por exemplo, indicou que cada atleta
sairá do Brasil com 330 mil euros se ganhar a Copa, 10% a mais do que foi
prometido na África do Sul em 2010.
Já a seleção dos EUA indicou a
seus jogadores que, apenas por participar do torneio, cada um deles levará uma
bolada de US$ 75 mil. Antes mesmo da bola rolar, a Fifa distribuiu US$ 48
milhões para ajudar as 32 federações nacionais a pagar pelos custos de
preparação.
Até os clubes ganharão com a
Copa. A Fifa reservou US$ 70 milhões para dar aos times que vão emprestar os
jogadores para as seleções nacionais. O valor é duas vezes o que foi
distribuído na África do Sul.
EMPRESAS
Quem também já comemora é a
Adidas, uma das principais patrocinadoras do evento. A empresa prevê um aumento
de sua receita em 8% em 2014, graças ao torneio no Brasil. Em valores, isso
representa um incremento de US$ 1,6 bilhão.
Os seis maiores parceiros da
Fifa, incluindo Adidas e Coca-cola, pagaram mais de US$ 700 milhões para a
entidade para ter o direito de explorar a marca da Copa e ter seus cartazes nos
estádios no Brasil, outro recorde.
O Estado de S. Paulo
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