sexta-feira, 23 de maio de 2014

Reflexões em torno do caso Xuxa

Se Xuxa foi estuprada quando criança, abusada até os 13 anos, por que não se assombrou com Pelé, aos 17 anos?
Se não contou aos pais, porque se considerava culpada, por que, agora, essa palhaçada?

Se Xuxa chora por haver sido violentada por animais masculinos, por que viveu de sexalegrar meninos?

E se sabia dar conselhos, por que não seguiu seus conselhos?

Xuxa foi cometa, astro que nasce aqui e afunda na escuridão. Passou. Alguém quis ressuscitá-la e ela engoliu a corda. Aliás, ensacou a grana. A ideia foi brilhante: um dramalhão. Viveu sorrindo, cantando, dançando, ganhou dinheiro, fez tudo o que quis, realizou seus sonhos, por que esse chororéu agora? Violência sexual nenhuma jamais atrapalhou sua felicidade, impôs-lhe nenhuma frustração, por que essa lamúria aos quatro ventos? Qual a lição e grandeza do gesto?

Sou do tempo em que urinar na rua era falta de educação e deflorar moça donzela era pecado; tempo em que ladrão usava máscara; que qualquer adulto era considerado pai de toda criança; menino vinha pelo bico da cegonha e sexo se descobria sozinho.

A televisão sexualiza a adolescência e escandaliza com a consequência. Quer dizer, ganha dos dois lados. Ganha quando sexualiza e ganha quando escandaliza. A Xuxa foi usada para esses fins. Porque a televisão não está comprometida com o Estado de Direito, está comprometida com o lucro. E quem está comprometido com o Estado de Direito concede os canais de Televisão e usufrui da mídia para se promover. Por isso, um alemão disse que só vinha ao Brasil fazer visita, chamou-nos de "hitleristas", disse que nós não respeitamos Lei, cada um faz o que lhe dá na telha.




Sosígenes Bittencourt

Nenhum comentário: