Do Mundibite
Há alguns anos o Brasil estuda
novas tecnologias para o descarte como forma de melhorar a sustentabilidade e
também gerar um maior custo-benefício. Além de prejudicar o meio ambiente, a
poluição causada pelo lixo também afeta nossa economia. A última pesquisa
nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), de 2012, mostrou que o país gasta R$ 8 bilhões por ano para
cuidar do impacto ambiental dos lixões a céu aberto.
Entre as inovações pensadas para
a reciclagem estão a melhora na seleção dos produtos gerados pela trituração e
até mudanças na logística, o que faz muita diferença.
Incineração do lodo
Um novo método apresentado
durante a Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (FIEMA)
consistia em incinerar o lodo de esgoto, o que geraria eletricidade e vapor,
que poderiam ser usados na operação. Uma planta dessa operação está funcionando
em Hamburgo, na Alemanha, cidade-modelo em relação ao reaproveitamento dos
resíduos. Ainda é pouco usado por aqui, ainda que muitas cidades brasileiras
tenham avançado no tratamento do esgoto caseiro.
Asfalto feito com óleo de cozinha
Um projeto da Universidade do
Estado de Washington, nos EUA, criou o conceito de bioasfalto que é feito com
óleo de cozinha usado. O asfalto tradicional utiliza o material conhecido como
“piche” para unir a brita e areia como se fosse uma cola. A técnica inventada
pelo pesquisador Haifang Wen ainda precisa ser aperfeiçoada, mas esse asfalto
sustentável já passou nos testes mecânicos e de temperatura.
Bactérias faxineiras
O lixo eletrônico é um dos
principais vilões do meio ambiente brasileiro. Como não possuímos indústria de
reutilização de componentes, todos os anos toneladas de produtos são jogados em
lixões. As placas de curcuito de computadores e dispositivos móveis possuem
metais pesados como ouro, prata, paládio e cobre, que contaminam o solo. Uma
reportagem da Agência USP mostrou uma descoberta que ajuda na extração do
cobre. A bactéria A. ferrooxidans-LR é capaz de realizar um processo conhecido
como “biolixiviação”, com eficiência de 98%. Após o tratamento, o processo
deixa o ouro mais concentrado, ajudando na etapa conhecida como “cianetação”. A
técnica foi patenteada, mas ainda está em testes.
Esponjas corretas
A 3M do Brasil, em parceria com a
Terra Cycle, desenvolveu um projeto inovador de reciclagem de esponjas de lavar
louça da marca, as Scotch Brite. E empresa irá pagar por cada esponja reciclada
e o valor será destinado para ONGs. http://bit.ly/1p1IDaP
Nova vida para o chorume
O lixiviado, mais conhecido como
chorume, é um líquido altamente tóxico formado pela decomposição da matéria orgânica
depositada em terrenos. Com a nova Lei de Resíduos Sólidos, sua remoção foi
determinada por lei. Um projeto da Universidade de São Paulo (USP), em parceria
com 12 universidades, desenvolveu um sistema para ajudar as prefeituras de todo
o País. A inovação é usar bactérias para degradar a maior parte da matéria
orgânica presente no chorume. Mas só o processo biológico não dá conta, e por
isso ainda é necessário o método físico-químico para a retirada de metais
pesados e amônia. Esse tratamento “misto” também precisa ser realizado próximo
aos aterros, evitando os deslocamentos de chorume.
Chorume da Caximba
O aterro sanitário da Caximba, no
Paraná, tem um projeto piloto desde 2009 que utiliza plantas como método
complementar ao tratamento tradicional do chorume. São três cavas, chamadas de
“banhados naturais”, por onde passa o chorume antes de chegar ao tanque de
equalização. Com a ajuda da vegetação da região é gerado uma biomassa por causa
do chorume. Segundo o Departamento de Limpeza Pública da Secretaria Municipal
do Meio Ambiente, o ecossistema local ganhou vitalidade depois da técnica.
Por Mayra Cavalcanti e Paulo
Floro
Imagens: Luiz Pessoa. Infografia:
Guilherme Castro.
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