Irandhir Santos no filme "A luneta do tempo", de
Alceu Valelença.
Foto: Antonio Melcop/Divulgação
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Até mesmo quando exibiu filmes de
guerra, ao longo dos oito dias de projeção de competidores aos prêmios Kikito,
o 42º Festival de Cinema de Gramado pregou o amor.
E o resultado dos prêmios
ressalta o sentimento, nos mais variados planos: da fraternidade alastrada nos
campos de batalha de personagens que vivem em meio à rajada de conflitos
internos (do melhor filme, A estrada 47) ao crepuscular amor de um idoso, às
vias da partida, em A despedida (premiado pela direção e atores), a carga
amorosa foi das mais presentes.
A luneta do tempo, de Alceu
Valença, ganhou Direção de Arte e Trilha Sonora, feita pelo próprio cantor, e
História natural, do cineasta e repórter do Viver, Júlio Cavani, levou Desenho
de Som.
"Com meu filme, acho que
fica a mensagem da equidade entre todos, e, nele, buscamos um nível de
entendimento que atinge a todos níveis. Vale como experiência infantil,
infanto-juvenil e adulta. Tratei de um conto de fadas que tem as portas abertas
para a celebração do amor e da capacidade de ser feliz", ressaltou uma das
figuras mais badaladas em Gramado: o premiado diretor Caio Ryuishi Yossimi.
Ele pode ter vindo para explicar,
mas também confundiu - de origem oriental, contrariou suposições de tamanho,
gigante em cima de sapato plataforma e tom platinado à la Madonna. Figurinos
exuberantes, simpatia e expressões marcantes (talvez as mais marcantes,
"ever") fizeram parte de seu brilho.
O curta-metragem de Júlio Cavani também foi prestigiado.
Foto: Festival de Gramado/Divulgação
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Dono da cena, nó doloroso e
delicado A despedida, o ator Nelson Xavier, premiado com o Kikito, subiu ao palco,
para referendar o amor por Via Negromonte (que se estende por 25 anos e que
contabiliza uma distância de 30 anos). "Para compor o papel de Almirante,
que usa até andador, só pensei naquilo que fosse físico. Não precisei pensar no
sonho, na emoção e no interior", sublinhou, ao celebrar a relação com a
esposa.
Até vencedores que não estiveram
presentes, como foi o caso do cineasta de Infância, Domingos Oliveira,
defenderam seus amores, entre os quais os "filmes úteis" (no lugar do
rótulo cinema de arte). "O cinema é um bisturi fino que alcança onde nada
mais consegue", deixou registrado Domingos, em carta, na qual identificou
as comédias caça-níqueis nacionais à venda "de bananas e batatas".
Premiação
Longas
Melhor filme - A estrada 47, de
Vicente Ferraz
Melhor diretor - Marcelo Galvão,
por A despedida
Melhor filme (júri popular) - O
segredo dos diamantes, de Helvécio Ratton
Melhor ator - Nelson Xavier (A
despedida)
Melhor atriz - Juliana Paes (A
despedida); Fernanda Montenegro (prêmio do júri, por Infância); Os senhores da
guerra (também do júri)
Roteiro, montagem e ator
coadjuvante - Infância, com Paulo Betti
Fotografia - A despedida
Direção de ate, melhor trilha
musical - A luneta do tempo
Melhor atriz coadjuvante - Andrea
Buzato
Melhor desenho de som - A estrada
47
Curtas
Filme - Se essa lua fosse minha,
de Larissa Lewandowski)
Diretor - Gustavo Vinagre, por La
llamada
Filme (júri) - A pequena
vendedora de fósforos
Desenho de som - História natural
Trilha - Sem título #1: Dance of
Leitfossil
Fotografia - La llamada
Roteiro e direção de arte - O
coração do príncipe
Assista ao teaser de A luneta do
tempo:
Correio Brasiliense
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