segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Filme de Alceu Valença leva dois prêmios no Festival de Gramado. Curta História natural também foi premiado

Irandhir Santos no filme "A luneta do tempo", de Alceu Valelença. 
Foto: Antonio Melcop/Divulgação
Até mesmo quando exibiu filmes de guerra, ao longo dos oito dias de projeção de competidores aos prêmios Kikito, o 42º Festival de Cinema de Gramado pregou o amor. 

E o resultado dos prêmios ressalta o sentimento, nos mais variados planos: da fraternidade alastrada nos campos de batalha de personagens que vivem em meio à rajada de conflitos internos (do melhor filme, A estrada 47) ao crepuscular amor de um idoso, às vias da partida, em A despedida (premiado pela direção e atores), a carga amorosa foi das mais presentes.

A luneta do tempo, de Alceu Valença, ganhou Direção de Arte e Trilha Sonora, feita pelo próprio cantor, e História natural, do cineasta e repórter do Viver, Júlio Cavani, levou Desenho de Som.

"Com meu filme, acho que fica a mensagem da equidade entre todos, e, nele, buscamos um nível de entendimento que atinge a todos níveis. Vale como experiência infantil, infanto-juvenil e adulta. Tratei de um conto de fadas que tem as portas abertas para a celebração do amor e da capacidade de ser feliz", ressaltou uma das figuras mais badaladas em Gramado: o premiado diretor Caio Ryuishi Yossimi.

Ele pode ter vindo para explicar, mas também confundiu - de origem oriental, contrariou suposições de tamanho, gigante em cima de sapato plataforma e tom platinado à la Madonna. Figurinos exuberantes, simpatia e expressões marcantes (talvez as mais marcantes, "ever") fizeram parte de seu brilho.

O curta-metragem de Júlio Cavani também foi prestigiado.
 Foto: Festival de Gramado/Divulgação
Dono da cena, nó doloroso e delicado A despedida, o ator Nelson Xavier, premiado com o Kikito, subiu ao palco, para referendar o amor por Via Negromonte (que se estende por 25 anos e que contabiliza uma distância de 30 anos). "Para compor o papel de Almirante, que usa até andador, só pensei naquilo que fosse físico. Não precisei pensar no sonho, na emoção e no interior", sublinhou, ao celebrar a relação com a esposa.

Até vencedores que não estiveram presentes, como foi o caso do cineasta de Infância, Domingos Oliveira, defenderam seus amores, entre os quais os "filmes úteis" (no lugar do rótulo cinema de arte). "O cinema é um bisturi fino que alcança onde nada mais consegue", deixou registrado Domingos, em carta, na qual identificou as comédias caça-níqueis nacionais à venda "de bananas e batatas".

Premiação

Longas
Melhor filme - A estrada 47, de Vicente Ferraz
Melhor diretor - Marcelo Galvão, por A despedida
Melhor filme (júri popular) - O segredo dos diamantes, de Helvécio Ratton
Melhor ator - Nelson Xavier (A despedida)
Melhor atriz - Juliana Paes (A despedida); Fernanda Montenegro (prêmio do júri, por Infância); Os senhores da guerra (também do júri)
Roteiro, montagem e ator coadjuvante - Infância, com Paulo Betti
Fotografia - A despedida
Direção de ate, melhor trilha musical - A luneta do tempo
Melhor atriz coadjuvante - Andrea Buzato
Melhor desenho de som - A estrada 47

Curtas
Filme - Se essa lua fosse minha, de Larissa Lewandowski)
Diretor - Gustavo Vinagre, por La llamada
Filme (júri) - A pequena vendedora de fósforos
Desenho de som - História natural
Trilha - Sem título #1: Dance of Leitfossil
Fotografia - La llamada
Roteiro e direção de arte - O coração do príncipe

Assista ao teaser de A luneta do tempo:



Correio Brasiliense

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