CENÁRIO PESSIMISTA PARA 2015 - Embora
a presidente Dilma tenha mudado a equipe econômica e tente criar uma agenda
positiva, as projeções de analistas são extremamente pessimistas em relação a
2015. O setor privado está com a pulga atrás da orelha: duvida amplamente de
qualquer melhora significativa das condições de funcionamento da economia
nacional.
Acha que o País continuará
operando com baixa produtividade e, portanto, com reduzido potencial de
crescimento. A inflação projetada continua com a mesma taxa estimada quatro
semanas antes. O crescimento econômico deve chegar a 2%, uma taxa
extraordinariamente baixa para uma economia emergente.
A produção industrial poderá
expandir-se 3% – resultado abaixo de pífio, depois de três anos muito ruins. No
caso do PIB, a melhora da projeção se apresenta muito pequena, de 1,67%, há 15
dias, para 1,70%. A estimativa da produção industrial piorou, caindo de 1,87%
para 1,80%.
A expansão econômica mais uma vez
dependerá dos serviços e da agropecuária – e isso ainda será determinado pelos
estragos da estiagem.
Segundo pesquisa Focus, realizada
semanalmente com uma centena de instituições financeiras e consultorias, o
Brasil continuará com inflação alta, crescimento econômico abaixo de medíocre e
contas externas em mau estado no próximo ano.
Os analistas continuam à espera
de informações muito mais positivas para abandonar ou pelo menos atenuar o
pessimismo. Isso dependerá basicamente do governo.
O Brasil continua investindo
menos que 20% do PIB tanto em infraestrutura quanto em meios de produção para
empresas. Milagre econômico seria crescer mais com investimento tão baixo.
Tão ou mais críticos do que os
estragos políticos, os passivos econômicos da operação Lava Jato devem se fazer
sentir nos próximos meses, à medida que o escândalo de corrupção da Petrobras se
alastra para as maiores empreiteiras do Brasil.
Juntas, Odebrecht, Camargo
Corrêa, Mendes Júnior, OAS e Queiroz Galvão, todas citadas nas investigações da
Polícia Federal, são nomes frequentes em licitações de infraestrutura, área
vista por governo e setor privado como a tábua de salvação para o investimento,
cuja participação no PIB só faz cair há quatro trimestres seguidos.
Diante da gravidade das notícias,
envolvendo prisões de altos executivos de algumas dessas empresas, seria
ingênuo imaginar que o pacote de concessões federais de rodovias, ferrovias e
portos, hoje na prateleira, não vai atrasar ainda mais, gerando recessão e mais
desemprego.
AMEAÇA – Além de a Petrobras reduzir seus investimentos, outra
possível consequência da Operação Lava Jato preocupa o governo federal. Se as
empreiteiras envolvidas no escândalo – que estão entre as maiores do País –
forem declaradas inidôneas, não poderão participar de licitações, o que
ameaçaria os projetos de infraestrutura do Planalto para os próximos anos.
PEGOU MAL – O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique, está
profundamente desapontado porque não conseguiu, mais uma vez, emplacar o seu
sócio Erick Sial na lista que sairão os desembargadores eleitorais substitutos
de Frederico Carvalho e Gustavo Paes. Daí, o seu protesto ter sido interpretado
como oportunista e demagógico pelos jovens advogados.
TEMÁTICA NORDESTINA – Anfitrião do primeiro encontro dos
governadores eleitos do Nordeste, marcado para amanhã em João Pessoa, Ricardo
Coutinho (PSB) diz que a pauta passa pela discussão do ritmo de crescimento da
Região e a necessidade de se apresentar ao Brasil a força do Nordeste na busca
de reduzir as disparidades regionais.
DUPLICAÇÃO – O secretário de Infraestrutura, João Bosco, informou
ao deputado estadual Júlio Cavalcanti (PTB) que a bancada federal garantiu uma
emenda coletiva, no valor R$ 130 milhões, para a duplicação da BR-232 no trecho
entre São Caetano e Arcoverde. “Trata-se de uma obra fundamental para o
desenvolvimento do Interior”, diz o parlamentar.
VICE PODEROSO – O que se ouve nos bastidores da montagem do
secretariado do governador eleito Paulo Câmara é que aumentou – e muito – o
poder de influência do vice-governador Raul Henry (PMDB), por quem, ao lado do
deputado federal eleito Jarbas Vasconcelos, passarão alguns nomes não apenas
para o primeiro como para o segundo escalão.
CURTAS
SEM CASSAÇÃO – Líderes partidários preveem que o Congresso vai
naufragar na cassação dos parlamentares pegos na Operação Lava-Jato. Dizem que
o julgamento consumirá, praticamente, todo o ano que vem. Há uma lista prévia
de que estariam envolvidos 70 deputados, seis senadores e quatro governadores.
ISOLAMENTO – Petistas são contra Kátia Abreu na Agricultura e
Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Querem tomar o Esporte do PCdoB,
Cidades do PP, não querem o PMDB na Integração nem Cid Gomes na Educação. Como
diz um aliado: “O PT, precisando de apoio, marcha para o isolamento”.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Paulo Câmara chega manso ou cantando de galo
na reunião dos governadores amanhã em João Pessoa?
'Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os
corações'. (Provérbios 21-2)
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