Um funcionário do doleiro Alberto
Youssef que fez um acordo de delação premiada entregou aos procuradores e
policiais da Operação Lava Jato registros que apontam que ele fazia entregas
internacionais de dinheiro para a empreiteira OAS, segundo a edição da revista
“Veja” publicada neste sábado (27).
Os investigadores da Lava Jato
suspeitam que os recursos eram usados para pagamento de suborno.
O entregador de dólares e euros
chama-se Rafael Ângulo Lopes. Ele decidiu contar o que sabe sobre o esquema do
doleiro para tentar obter uma condenação menor.
Documentos entregues por ele no
acordo de delação apontam que houve entregas em Lima, no Peru, na Cidade do
Panamá e em Porto da Espanha, em Trinidad e Tobago. O funcionário já havia revelado
que o doleiro havia aberto uma conta em nome dele em Miami, para fazer
operações nos Estados Unidos.
Ângulo Lopes relatou às
autoridades que retirava o dinheiro na sede da OAS em São Paulo com José
Ricardo Nogueira Breghirolli, que está preso desde o último dia 14 de novembro.
Nesse dia a Polícia Federal desencadeou a chamada sétima fase da Operação Lava
Jato, batizada de Juízo Final, com a prisão de diretores de empreiteiras
suspeitas de pagar propina para conseguir contratos na Petrobras.
Da sede da OAS o dinheiro era
levado até o escritório de Youssef em sacolas pretas, ainda de acordo com o
entregador. Ângulo Lopes contou que o dinheiro era preso ao seu corpo e ele
viajava até o Rio de Janeiro, onde era mais fácil embarcar sem sofrer revistas
porque um agente da PF que trabalhava no aeroporto fazia parte da quadrilha de
Youssef.
Em Lima, de acordo com o
funcionário, o dinheiro era entregue a um gerente de contratos da OAS chamado
Alexandre Mendonça. A entrega ocorria em uma universidade para não provocar
desconfianças, segundo o relato do delator.
Em Trinidad e Tobago era outro
gerente de contratos da OAS, Marcelo Falcochio Coura, quem recebia os recursos
num escritório da empreiteira, de acordo com Ângulo Lopes.
Segundo a revista, a empreiteira
conseguiu contratos na América Latina com a ajuda do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Quatro executivos da OAS estão
presos na custódia da Polícia Federal em Curitiba, entre os quais o presidente
da companhia, conhecido como Léo Pinheiro.
A empreiteira não tem se
pronunciado sobre as acusações dos investigadores da Lava Jato desde que a
operação foi desencadeada, em março deste ano.
LIBERDADE - De acordo com a
Agência Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski, negou nessa sexta-feira (26) pedido de liberdade de Agenor
Franklin Medeiros e José Ricardo Nogueira Breghirolli, presos em novembro,
durante a Operação Lava Jato. Os investigados estão presos na Superintendência
da Polícia Federal em Curitiba.
Da Folha Press
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