A Polícia Federal prendeu mais um
suspeito de participar do assassinato do promotor Thiago Faria Soares.
O crime
ocorreu no em outubro de 2013. Este é o quarto preso por causa do crime.
Segundo a corporação, o homem começou a ser investigado após utilizar
documentos falsos com o nome do oficial de justiça assassinado em uma emboscada
na PE-300, entre as cidades de Itaíba e Águas Belas, no Agreste de Pernambuco.
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Imagem TV Globo |
Como as investigações ocorrem em
segredo de justiça, a PF não revelou maiores detalhes sobre o envolvimento do
suspeito com o assassinato. O que se sabe é que ele teria utilizado uma
identidade falsa com o nome de Thiago para assaltar uma agência dos Correios do
Rio Grande do Norte, onde foi preso. O suspeito de 29 anos foi encontrado na
noite de sábado (6) no bar da mãe dele no município de Parnamirim, no interior
do RN.
Com ele, os agentes federais
apreenderam um revólver calibre 38, uma carteira de identidade falsa e três
celulares. Depois de prestar depoimento na superintendência da PF no Rio Grande
do Norte, foi transferido para a sede da corporação no Recife, que comanda as
investigações do crime. Ainda no domingo (7), foi transferido para o Centro de
Triagem de Abreu e Lima (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do
Recife.
A prisão do quarto suspeito
acontece quase uma semana depois de outro homem ter sido encaminhado ao Cotel
por causa do assassinato do promotor. Na quarta-feira passada (3), um homem foi
preso por com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o
mandante do crime.
Entenda o caso
O crime aconteceu no dia 14 de
outubro de 2013, na PE-300. O promotor foi morto quando seguia de Águas Belas
para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou a
investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado,
Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.
A motivação envolveria uma
disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse para a noiva do
promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em
entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter
cometido o homicídio. Edmacy Ubirajara chegou a ser preso – passou dois meses
no Cotel. O advogado de defesa conseguiu que o acusado saísse da prisão para
responder pelo homicídio em liberdade.
Quatro cartuchos de espingarda 12
foram encontrados no carro do promotor.
A noiva, Mysheva Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas
não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro, os três
foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de um
veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do
carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e
andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás
atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio
escaparam ilesos.
Conflito e federalização
Em agosto deste ano, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) determinou a imediata transferência de
responsabilidades no caso do promotor para os órgãos federais. Para o ministro
relator, Rogerio Schietti Cruz, é notório um conflito entre Polícia Civil e
Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Polícia Federal já estava a par de
alguns atos urgentes, depois de liminar, enquanto tal determinação não era
decidida. O pedido de federalização foi feito pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
Para o STJ, "o crime estaria
inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como
Triângulo da Pistolagem". Parentes da noiva do promotor já foram alvo de
denúncias e investigações sobre este tipo de crime na região.
Do G1
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