segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Preso quarto suspeito de participar do assassinato do promotor de Itaíba

A Polícia Federal prendeu mais um suspeito de participar do assassinato do promotor Thiago Faria Soares. 

O crime ocorreu no em outubro de 2013. Este é o quarto preso por causa do crime. Segundo a corporação, o homem começou a ser investigado após utilizar documentos falsos com o nome do oficial de justiça assassinado em uma emboscada na PE-300, entre as cidades de Itaíba e Águas Belas, no Agreste de Pernambuco.

Imagem TV Globo
Como as investigações ocorrem em segredo de justiça, a PF não revelou maiores detalhes sobre o envolvimento do suspeito com o assassinato. O que se sabe é que ele teria utilizado uma identidade falsa com o nome de Thiago para assaltar uma agência dos Correios do Rio Grande do Norte, onde foi preso. O suspeito de 29 anos foi encontrado na noite de sábado (6) no bar da mãe dele no município de Parnamirim, no interior do RN.

Com ele, os agentes federais apreenderam um revólver calibre 38, uma carteira de identidade falsa e três celulares. Depois de prestar depoimento na superintendência da PF no Rio Grande do Norte, foi transferido para a sede da corporação no Recife, que comanda as investigações do crime. Ainda no domingo (7), foi transferido para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.

A prisão do quarto suspeito acontece quase uma semana depois de outro homem ter sido encaminhado ao Cotel por causa do assassinato do promotor. Na quarta-feira passada (3), um homem foi preso por com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o mandante do crime.

Entenda o caso
O crime aconteceu no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300. O promotor foi morto quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou a investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.

A motivação envolveria uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio. Edmacy Ubirajara chegou a ser preso – passou dois meses no Cotel. O advogado de defesa conseguiu que o acusado saísse da prisão para responder pelo homicídio em liberdade.

Quatro cartuchos de espingarda 12 foram encontrados no carro do promotor.  A noiva, Mysheva Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de um veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Conflito e federalização
Em agosto deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a imediata transferência de responsabilidades no caso do promotor para os órgãos federais. Para o ministro relator, Rogerio Schietti Cruz, é notório um conflito entre Polícia Civil e Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Polícia Federal já estava a par de alguns atos urgentes, depois de liminar, enquanto tal determinação não era decidida. O pedido de federalização foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Para o STJ, "o crime estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem". Parentes da noiva do promotor já foram alvo de denúncias e investigações sobre este tipo de crime na região.

Do G1

Nenhum comentário: