Enquanto os olhos do mundo
pareciam fixos para a Síria e o Iraque em 2014, a vida dos cristãos piorou de
maneira ainda mais profunda na África, segundo o relatório anual sobre a
liberdade religiosa publicado esta semana.
A situação deteriorou-se mais
rapidamente na África subsaariana, em países onde o extremismo islâmico é a
principal fonte de pressão sobre os cristãos. O ranking World Watch List,
coproduzido pela Missão Portas Abertas, publicada desde 1993, classifica os 50
países considerados mais hostis aos cristãos durante um período de 12 meses.
Ele examina a liberdade religiosa para os cristãos em cinco áreas: privado;
família; comunidade; nacional; e da igreja. Também mede os índices de violência
com morte.
A lista aponta que 4.344 cristãos
foram mortos por causa da sua fé no ano passado, mais que o dobro dos 2.123 do
relatório de 2013, e mais que o triplo do 1.201 de 2012. A maioria dessas
mortes ocorreu na Nigéria, onde 2.484 vítimas foram mortas, e na República
Centro-Africano, onde 1.088 pessoas pereceram.
De modo geral, os índices dos 50
países aumentaram em quase 10 por cento em comparação com a lista publicada no
início de 2014. Inegavelmente, a violência contra os cristãos vem numa
ascendência sem paralelo nas últimas décadas.
O relatório também aponta um
ressurgimento de hostilidade anticristã em partes da Ásia e da América Latina,
regiões onde as condições tinham sido relativamente favoráveis em anos
anteriores. Pela primeira vez em três anos, o México está de volta na lista, em
38º lugar.
Em 40 dos 50 países do ranking de
perseguição, a Portas Abertas aponta para o “extremismo islâmico” como a
principal fonte de preocupação.
“É justo dizer que o extremismo
islâmico tem dois centros globais de atuação. Um no Oriente Médio árabe, mas o
outro está se firmando na África subsaariana, onde até mesmo estados de maioria
cristã estão experimentando níveis sem precedentes de exclusão, discriminação e
até a violência”, afirmou Ron Boyd-MacMillan, diretor estratégia e pesquisas da
Portas Abertas.
Tiffany Lynch, analista política
da Comissão Internacional Sobre Liberdade Religiosa, acredita que o grande
catalizador do último ano foi o fortalecimento da organização terrorista Estado
Islâmico. Por causa disso, grupos como Boko Haram e al-Shabaab, grupos
islâmicos que atuam na África, foram estimulados a subir o grau de violência.
Com exceção da Coréia do Norte,
que permanece como número 1 na Lista desde a sua criação, onde a motivação para
perseguir é ideológica e não religiosa, nos outros países essa é a tendência.
Líderes hindus e budistas fundamentalistas sentem-se ameaçados pelo crescimento
do cristianismo e tem reagido fortemente em locais como Laos, Sri Lanka e
Índia.
A propósito, a Índia ocupa hoje
sua posição mais alta no ranking desde que este foi criado. O objetivo da Portas Abertas é chamar atenção
para fatos que normalmente não são destacados pela mídia. Os três países que
não estavam na lista em 2014, mas aparecem na de 2015 são Turquia (41º), México
(38º) e Azerbaijão (46º). Os dez países onde os cristãos enfrentaram a maior
pressão e violência em 2014 foram:
1 – Coreia do Norte
2 – Somália
3 – Iraque
4 – Síria
5 – Afeganistão
6 – Sudão
7 – Irã
8 – Paquistão
9 – Eritreia
10 – Nigéria
Portal Gospel Prime
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