Silêncio intrigante
Na
profunda e preocupante crise que o Estado vive desencadeada no sistema
presidiário, o governador Paulo Câmara (PSB) cancelou a sua agenda pública, se
recolheu ao gabinete refrigerado e não deu um pio. Pernambuco, pelo menos até o
momento, não sabe, portanto, o que o governador pensa sobre o momento.
Para
a linha de frente, escalou secretários e o comando da Polícia. Existem medidas
e propostas do Governo? Sim, mas não explicitadas pelo chefe maior do Estado.
Mas não seria aconselhável esperar comportamento diferenciado de Câmara, porque
seu estilo é diferente do ex-governador Eduardo Campos.
Eduardo,
ao contrário de Câmara, teria ido para a linha de frente desde o primeiro
momento, enfrentando inclusive a mídia. Era seu estilo, agressivo, aguerrido e
corajoso. E deu certo! Nas grandes crises, ninguém sangrou porque ele esteve o
tempo inteiro no seu comando.
Falando,
ouvindo, agindo e até dando o murro na mesa. Um grande político ou gestor se
forja nas mais temíveis adversidades. Todo o ambiente é favorável ao forte; de
um modo ou de outro ele o ajuda a cumprir a missão que se impôs e a conseguir
ir porventura mais além das barreiras marcadas.
Voltaire,
pensador francês, dizia que não existem grandes conquistadores que não sejam
grandes políticos. “Um conquistador é um homem cuja cabeça se serve, com feliz
habilidade, do braço de outrem”, ensinou ele. Esta lição provavelmente tenha
levado Eduardo a ser agressivo na ação, diferente do seu sucessor.
Porque,
convenhamos, Eduardo foi forjado na política. Câmara, na área técnica. São
poucos os políticos que tinham o manejo da política como Eduardo. Num momento
de uma crise como esta, ele usava a sua sabedoria política para vencer todas as
barreiras. Eduardo fazia assim, porque ouvia pouca gente.
O
que valia, de fato, para ele, era o seu feeling. Já Paulo, ouve muita gente,
até pela pouca experiência política. Ao escrever “O Príncipe”, Maquiavel
desejava guiar os governantes, alertando-os sobre as armadilhas da selva
política, esta mesma selva que vive, hoje, Paulo Câmara.
Um
príncipe, seguindo os preceitos de Maquiavel, não devia medir esforços nem
hesitar, mesmo que diante da crueldade, se o que estivesse em jogo fosse a
integridade nacional e o bem do seu povo.
Câmara
age sem falar, tomando decisões em cima do conjunto do que pensa seus
assessores mais próximos. Não sabe que as pessoas de sucesso na gestão pública
são aquelas que sabem reconhecer a necessidade de provocar, em vez de esperar
para se adaptarem ao que os outros dizem ou pensam.
COM UCHOA– Integrante da bancada de oposição na
Assembleia, o deputado Romário Dias (PTB) vê um cenário favorável para a reeleição
de Guilherme Uchoa (PDT) e garante que, independente de surgir um candidato
para bater chapa, vota com Uchoa. “Mas esta discussão que observamos, hoje,
pela mídia está equivocada”, alerta.
Até o PT chia– O PSDB parece ter razão quando diz
que a presidente Dilma traiu seus eleitores. Petistas estão aderindo a esta
linha política. O marido da deputada Maria do Rosário (PT-RS), Eliezer Pacheco,
usou as redes sociais para lançar seu grito de guerra: “Não foi nisso que nós
votamos.
A política é diabólica– A carta do deputado Alberto Feitosa
(PR) apelando para o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT),
renunciar, tem lá suas razões: abrindo mão da reeleição, Uchoa passa o comando
da Casa para o PSB, o que abriria a possibilidade de o PR disputar a
Primeira-Secretaria. Com quem? Com o próprio Feitosa. É a política do olhando
do umbigo para baixo.
Discriminação–
O prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), aguarda há mais de 20 dias uma
audiência pedida ao governador Paulo Câmara (PSB) para resolver broncas no
município que dependem diretamente do Estado. Mas nem um e-mail o Palácio manda
ao prefeito justificando as razões da demora ou dificuldades de recebê-lo.
Aumento excluído– Sobre o comentário de ontem, o
ex-secretário estadual de Imprensa, Ivan Maurício, esclarece que em nenhum
momento o ex-governador João Lyra (PSB) negociou percentuais de aumento de
salários com a Polícia Militar para pôr fim à greve do ano passado. “Todos os
itens que implicavam em despesas de pessoal foram excluídos da pauta por ordem
dos impedimentos da legislação eleitoral em vigor”, garantiu.
CURTAS
FIAT– De volta a Pernambuco, o ministro
Armando Monteiro, do Desenvolvimento, visita, hoje, a fábrica da Fiat em Goiana
e depois almoça com a direção da montadora. Já o senador eleito Fernando
Bezerra, em campanha para governador, visita a usina Pumaty, em Joaquim
Nabuco.
CUSTÓDIA– O prefeito de Custódia, Luiz Carlos
(PT), garante que os servidores da ativa estão com seus salários em dia.
Ressalta, entretanto, que há atraso com os aposentados, mas apenas de um mês,
dezembro, com data marcada para pagamento: próximo dia 30.
Perguntar
não ofende: Quando o governador vai sair da reclusão?
'Mas
o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal'.
(Provérbios 1-33)
Blog do Magno Martins
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