Novas taxas começam a valer a partir da próxima
segunda-feira
A Caixa Econômica Federal confirmou que elevou os juros
efetivos no financiamento imobiliário de imóveis residenciais em até 0,50 ponto
porcentual nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), para imóveis de
até R$ 750 mil e que têm como funding (fonte de recursos) principal a poupança.
Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados via Sistema Financeiro
Imobiliário (SFI), o juro vai aumentar em no máximo 1,80 ponto porcentual. As
novas taxas começam a valer, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço de
notícias em tempo real da Agência Estado, a partir da próxima segunda-feira
(19).
O aumento de juros na maioria das linhas de financiamento
imobiliário reflete, conforme confirmou a Caixa, a taxa de juros básicos
(Selic) maior. O banco informou ainda que as taxas de juros dos financiamentos
habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do
FGTS não sofrerão qualquer correção.
O maior aumento de juro promovido pela Caixa no âmbito do
SFH ocorreu na linha voltada a servidores que, além de terem relacionamento com
a Caixa, recebem seu salário pelo banco. O juro passou de 8,00% para 8,50%. Já
no SFI, subiu de 8,80% para 10,20%. Apesar das elevações, a modalidade servidor
(relacionamento + salário) segue com o juro mais atrativo praticado pela Caixa.
Já no caso do SFI, as taxas de balcão foram as que mais subiram,
passando de 9,20% para 11,00%. No SFH, essa modalidade foi mantida em 9,15%. Os
novos juros cobrados nos financiamentos habitacionais da Caixa foram
comunicados aos gerentes na semana passada e, imediatamente, já começaram a ser
informados aos clientes.
Uma fonte próxima ao banco garante que a elevação não é
fruto de orientações da nova equipe econômica, comandada pelo ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, que tem defendido redução dos benefícios concedidos pelo
governo. A Caixa, ao lado do Banco do Brasil, liderou o movimento de redução
dos juros em 2012, pressionando as instituições privadas a fazerem o mesmo.
Esse caminho, porém, teve de ser alterado com o aumento da Selic para controlar
a inflação. Hoje, a taxa Selic, que chegou à mínima histórica de 7 25% em 2012,
está em 11,75%.
Líder no segmento, com participação de mercado de 67,6%, a
Caixa encerrou setembro último com saldo de R$ 320,628 bilhões no crédito
imobiliário, aumento de 26,1% em um ano e de 5,6% ante junho. Em outubro do ano
passado, o diretor executivo de Habitação da Caixa, Teotônio Rezende, havia
antecipado, em entrevista ao Broadcast, a possibilidade de o banco elevar os
juros nos financiamentos habitacionais. "Não estamos pensando nisso. Mas
se houvesse algum movimento, seria para cima. Até 0,5 ponto porcentual para
cima. Não há espaço para uma subida brusca", afirmou ele, na ocasião.
Além de taxas mais elevadas, os consumidores que escolherem
a Caixa para financiar o seu imóvel residencial também terão novidades quanto
ao uso de renda informal, sem origem comprovada da fonte pagadora, para obter o
crédito. Agora, o banco vai passar a exigir um valor máximo que, segundo fonte,
será de até R$ 2 mil por pessoa. Geralmente, os clientes comprovam sua renda
via holerite, extratos bancários e utilizam a renda informal para
complementá-la. Com a limitação, a renda total admitida para a concessão de
crédito tende a reduzir, consequentemente, o valor máximo de financiamento.
Blog da Folha.com
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