DISCURSO PARA O EMPRESARIADO - Ao atrair, ontem, 16 ministros,
inclusive toda a equipe econômica para a solenidade de transmissão do cargo de
ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto (PTB) deu uma demonstração
de que será um auxiliar extremamente influente no Governo, com forte inserção
em todas as suas áreas.
Mais de 600 convidados lotaram
dois auditórios do Banco Central, um deles com telão ao lado do principal.
Empresários de peso, como o presidente da CNI, Robson Braga, Paulo Skaf,
ex-presidente da Fiesp, Jorge Gerdau, Carlos Alberto de Oliveira (Grupo Caoa) e
Eduardo Moreira Ferreira, também ex-presidente da Fiesp, foram destacados no
evento.
Também anotados Eduardo Macedo,
do Grupo Vivo, Marcos Dubeux, da Moura Dubeux, Janaína Donas, da Alcoa e Luiz
Henrique Bezerra, da Volkswagen, Marcelo Moraes, da Associação de Fabricantes
de Veículos (Anfavea), além do presidente da Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB).
Impressionou, igualmente, o
número de senadores e deputados federais. Na sua fala, que agradou em cheio o
PIB nacional, Armando reconheceu que o País ainda apresenta elevados custos na
produção por causa de um sistema tributário complexo que, segundo ele, onera os
investimentos e as exportações.
Para Armando, o Governo se
reinaugura com o compromisso de dar respostas a novos desafios para levar o
País à retomada do desenvolvimento. “Nenhum de nós desconhece que o objetivo
central de qualquer política econômica deve ser o crescimento, sem o qual o
Brasil terá reduzidas chances de equacionar seus problemas estruturais”,
afirmou.
O discurso de Armando foi
dirigido ao empresariado, com a intenção de elevar a sua autoestima. “O setor
produtivo tem se defrontado com um preocupante descompasso entre a elevação de
custos e o crescimento da produtividade. Essa equação impacta negativamente a
formação da nossa taxa de poupança doméstica e, por consequência, a capacidade
de investimento da economia”, afirmou.
Outro ponto destacado no seu
discurso para animar o PIB nacional foi antecipar que o papel primordial do seu
Ministério será posicionar o tema da competividade no centro da atenção
política, “sobretudo quando o novo quadro internacional nos aponta para uma
forte retração no preço das commodities”.
Por fim, prometeu estreitar a
interlocução do Governo com o setor privado, que, em sua opinião, é o grande
protagonista do processo de retomada do desenvolvimento. “Vamos fortalecer os
canais institucionais de representação empresarial, como os conselhos
consultivos”, prometeu.
RECADO – Ao final da sua fala, Armando mandou um recado político.
Disse que servirá a Pernambuco servindo ao País. Foi uma referência ao fato de
ter perdido a eleição para governador numa campanha vitoriosa até o trágico
desaparecimento do ex-governador Eduardo Campos, em agosto, quando foi mudado o
curso do processo eleitoral, resultando na vitória de Paulo Câmara, que não
apareceu no evento.
EMOÇÃO E MINISTROS – Armando chorou, ontem, ao falar sobre a
ausência do seu pai Armando Filho, mas em seguida destacou o fato de sua mãe
Maria do Carmo ter presenciado a participação ministerial da família em três
governos distintos: Getúlio (seu pai, ministro do Trabalho), Jango (seu esposo,
ministro da Agricultura) e agora Dilma, com o filho Armando.
BOA IMPRESSÃO – O vice-governador Raul Henry (PMDB), que representou
o governador Paulo Câmara, chegou cedo ao local da cerimônia e ficou ao lado do
governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT). Aos jornalistas, disse que
gostou do discurso de Armando, ressaltando ter sido uma solenidade bastante
prestigiada.
NO IPA – O secretário estadual de Agricultura, Nilton Mota,
concluiu, ontem, a escolha do segundo escalão com o nome do ex-secretário de
Agricultura na gestão de Jarbas, Gabriel Maciel, na presidência do IPA. Bom
técnico, Gabriel tem ainda a experiência nacional de ter conduzido o setor
agropecuário no Ministério da Agricultura.
FERNANDO NA POSSE – Dos três senadores de Pernambuco, dois estavam
no ato de Armando: Douglas Cintra (PTB), seu suplente, a quem se referiu como
“meu senador”, e Fernando Bezerra Coelho, que se elegeu na coligação do
adversário Paulo Câmara, a quem se referiu como “o novo senador eleito pelo
Estado de Pernambuco”.
CURTAS
A CARTA – A emoção de Armando, quando chorou ao falar sobre a sua
família, foi provocada por uma carta do pai Armando Filho, feita de próprio
punho e entregue a ele pela mãe Maria do Carmo momentos antes de fazer o seu
discurso na solenidade.
IMPRENSA – Na conversa com jornalistas, ontem, em Brasília, o
ministro Armando Monteiro reafirmou que enviou convite oficial para a
solenidade de transmissão de cargo para o governador Paulo Câmara. “Não faria
tamanha descortesia”, afirmou.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Por que Paulo Câmara disse aos jornalistas
que não recebeu convite para posse de Armando?
'A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço
para a sua alma'. (Provérbios 18-7)
Nenhum comentário:
Postar um comentário