O drama do caixa: Embora inicie a
sua gestão autorizando duas obras no valor total de R$ 23 milhões, ambas na
área de Transportes e no Sertão, o governador Paulo Câmara (PSB) terá um ano
extremamente difícil de caixa. As reservas estaduais estão zeradas, fala-se num
déficit de R$ 3 bilhões.
A situação financeira do Estado é
uma caixa preta. Governador por nove meses, sucedendo os sete anos de muita
gastança de Eduardo Campos, João Lyra Neto (PSB) nunca revelou de fato o
tamanho da herança. Faltou coragem para mostrar o tamanho do buraco.
Se teve receio, na prática Lyra
deu demonstrações de que o Estado está numa situação complicada, porque não
conseguiu tirar do papel uma obra sequer com o DNA do seu curto mandato. Quando
a mídia nacional noticiou que o suposto “rombo” seria de R$ 8 bilhões Lyra deu
um desmentido sem convencer.
Dias após falou um déficit de R$
3 bilhões, mas não entrou em detalhes. Ninguém, entretanto, conhece melhor a
situação verdadeira do caixa do que Câmara, porque antes de entrar na campanha
para o Governo do Estado estava na Fazenda, ou seja, com a chave do cofre nas
mãos.
Além de começar seu governo sem a
certeza de que terá dinheiro para manter a folha e os principais compromissos
em dia sem recorrer a manobras emergenciais, o governador não pode contar, como
Eduardo contou quando assumiu, com a mão estendida da presidente Dilma.
Que, aliás, também enfrentará um
ano de vacas magras, com arrecadação em queda, paralisação de grandes obras no
País e ameaça de descontrole inflacionário. Em tempos tão bicudos, se tiver que
ajudar, emergencialmente, algum Estado não será de um governador oposicionista,
mas aliado, de preferência do PT.
NOVA DILMA – Políticos aliados
gostaram do trecho do discurso em que a presidente Dilma trata da reforma
política. Especialmente por ela não ter citado suas (e do PT) propostas
anteriores, como o plebiscito e a Constituinte. Depois de ter afirmado perante
o Congresso que estava na Casa do Povo, transferiu para deputados e senadores a
condução do processo de mudanças. Dilma, enfim, virou animal político?
O NOVO LABANCA – Piadinha que circula nos corredores das Princesas
após a posse coletiva do secretariado: Paulo Câmara (PSB) anda ouvindo tanto
André de Paula (Cidades) que o Governo já tem o seu novo Ettore Labanca. Em
tempo: Labanca, atual prefeito de São Lourenço, foi o mais vistoso secretário de
Articulação Política da era Eduardo.
ORIGEM DA CIUMEIRA – A ciumada com o secretário de Cidades se
intensificou depois que ele, ao contrário dos demais colegas de equipe, recebeu
uma pasta de porteira fechada, ou seja, com o direito de tirar do bolso do colete
auxiliares para postos importantes e estratégicos da sua estrutura, como o
Detran e o Consórcio Recife (antiga EMTU).
BUROCRACIA E ESTRADAS – O secretário de Transportes, Sebastião
Oliveira, passou o dia de ontem preparando as ordens de serviço que o
governador Paulo Câmara assina amanhã no Sertão. Uma, de R$ 15 milhões, da
estrada que liga Albuquerquené a Afogados da Ingazeira. A outra, de R$ 8
milhões, do trecho Rio da Barra-Sertânia.
PRESSÃO FISIOLÓGICA – Nem mesmo esquentou a cadeira, o governador
já começou a enfrentar pressões dos deputados quanto aos cargos do terceiro
escalão. Os órgãos mais cobiçados são os que abrigam a estrutura de saúde e
educação, as GRES e GERES, além dos Ciretrans.
CURTAS
EM FLORESTA – A prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), deu uma
demonstração de força e elegeu, ontem, o presidente da Câmara Municipal para o
biênio 2015-16. Por seis votos a três, emplacou o petista Murilo Alexandre de
almeida.
NO DER – O novo diretor-presidente do DER – Departamento de
Estradas e Rodagens – é o engenheiro Carlos Estima, servidor de carreira do
órgão e que ocupou nos últimos anos a diretoria de obras do Prodetur. A
indicação é do deputado federal Anderson Ferreira (PR).
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O escândalo da Petrobras vai atrapalhar a
reforma política?
'O que ama a instrução ama o conhecimento, mas o que odeia a repreensão
é estúpido'. (Provérbios 12-1)
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