terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Blog do Magno Martins:Coluna da terça-feira

Gestão política desastrosa

A derrota que o deputado Diogo Moraes (PSB) impôs ao Governo, ao ser eleito primeiro-secretário da Assembleia numa postulação avulsa, acendeu a luz amarela no núcleo central do governador Paulo Câmara. Se o Governo já vive um inferno astral com as rebeliões nos presídios, o baque na Alepe gerou uma desconfiança de que seu governo pode viver a neurose da instabilidade ou até não dar certo.

Pela primeira vez, o Estado tem um governador que não faz política nem tampouco montou uma boa retaguarda que possa suprir essa deficiência, que é grave. Governar não é apenas gerir. Gerentões que não se convertem à política acabam batendo cabeça. E gerentonas, também. Basta citar o exemplo de Dilma.

Administrar é um exercício permanente da arte de fazer política. Se Câmara fosse do ramo ou tivesse um interlocutor que conhecesse um mínimo do assunto não teria sofrido uma derrota tão acachapante em início de gestão. Não foi Lula Cabral que perdeu, como disse ontem neste espaço, mas o Governo.

Cabral foi apenas a primeira vítima de um vácuo político que existe no Governo, com chances de vitimar muito mais gente. Nesta área, o rei está nu e ainda não despertou. Alguém mais experiente, ou mais corajoso – pode ter as duas virtudes, melhor ainda – tem que acordar Câmara.

Seu governo está correndo o risco de se transformar num tremendo desastre político, enquanto, administrativamente, vive emparedado como no Big Brother global pelas enxurradas de rebeliões que ensanguentaram o Estado, arranhando a sua imagem no plano nacional.

Afinal, parodiando o bem informado e competente marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, eleição de clube, de sindicato, de partido político e de mesa legislativa, quem tem o poder só perde por incompetência.

BURRICE– Analisando a derrota do PT na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, Marcelo Teixeira constata que o Governo continua sem ter oposição. “Ao insistir com a candidatura de Júlio Delgado (PSB) a oposição perdeu a oportunidade de derrotar o Governo. Deixaram Eduardo Cunha derrotar o PT sozinho, mas a oposição também sai derrotada, pois seu apoio a Cunha seria um verdadeiro massacre”, observou.

CHEIRO DE TRAIÇÃO– O deputado Zeca Cavalcanti pode não ter votado em Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição para presidente da Câmara, mas o PTB tem razões para desconfiar da traição, pois até foto o trabalhista, que prometeu votar em Arlindo Chinaglia (PT), chegou a tirar ao lado do candidato vitorioso.

PROTOCOLO – Os deputados Danilo Cabral (PSB), Felipe Carreras (PSB), André de Paula (PSD) e Sebastião Oliveira (PR), escolhidos secretários pelo governador Paulo Câmara (PSB), só podem reassumir no Estado depois que for publicado no Diário Oficial, novamente, as suas nomeações, o que está previsto para hoje. Os respectivos suplentes assumem amanhã.

DERROTA NORDESTINA– O cancelamento das obras das refinarias Premium I e Premium II nos estados do Maranhão e Ceará, respectivamente, provocou uma rebelião nas bancadas dos dois Estados no Senado. O senador Edison Lobão, do PMDB maranhense, e Eunício Oliveira, do PMDB cearense, criticaram a Petrobras e jogaram o pepino no colo de Dilma.

FIRME E FORTE– Ao contrário do que ocorre em Pernambuco, no PSB nacional o senador Fernando Bezerra Coelho continua forte e influente. Tanto que elegeu o filho Fernando Filho líder da bancada do PSB na Câmara sem precisar dos votos dos oito deputados pernambucanos que integram a bancada de 34 parlamentares.

CURTAS

EM FAMÍLIA– Segundo suplente da bancada federal, o deputado Fernando Monteiro (PP), que assume o mandato amanhã com a ida de quatro federais para o secretariado de Câmara, quer emplacar o pai na Superintendência da Codevasf, em Petrolina.

LOBBY– O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique, faz lobby para eleger Aquiles Bezerra desembargador Aquiles Bezerra, esposo de sua sócia, no lugar de Margarida Cantarelli no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O Conselho Federal da OAB decide a parada, hoje, em eleição.


Perguntar não ofende: O PP vai ceder espaço na Integração para o PT?

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