sábado, 7 de março de 2015

Blog do Magno Martins:Coluna do sabadão

Humberto no ataque

Dos nomes de políticos pernambucanos citados na lista de Janot, que pede investigação por envolvimento na operação Lava Jato, pelo menos até ontem de imediato apenas o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, se posicionou, mandando uma nota à mídia.

Nela, Humberto se apresenta surpreso e afirma que ficou indignado. Ressalta que não tem conhecimento formal de quaisquer fatos que lhe tenham sido atribuídos, salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos.

Reitera a lisura de sua conduta e de sua vida pública e que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais de que participou foram legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Ainda na mesma nota, diz que, há quatro meses, já deixou à disposição do Supremo, do Ministério Público e do Senado Federal, todos os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

E que, aberto o inquérito pelo STF, e diante da exposição a que ficará submetido, espera celeridade do processo e confia no seu consequente arquivamento, em razão de estar certo da insubsistência de qualquer ilação que haja contra ele. “Estou pronto a cooperar com todas as etapas de eventuais investigações e diligências, seguro de que, ao fim, minha inocência será rigorosamente comprovada”, afirmou.

Da bancada de Pernambuco, com mandato aparece citado também o deputado Eduardo da Fonte (PP), que não se pronunciou, e políticos sem mandatos, como Pedro Correa Neto (PP) e sua filha Aline Correa, que atua em São Paulo, além do seu genro Roberto Teixeira, ex-deputado federal pelo PP.

SÓ COM CONHECIMENTO– Ligado ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também aparece na lista, o deputado Eduardo da Fonte avisou, ontem, através da sua assessoria, que só vai se pronunciar sobre a decisão do ministro Teori Zavascki, de liberar a lista dos envolvidos na operação Lava Jato, após ter o conhecimento do processo. Já o ex-deputado Roberto Teixeira não se pronunciou, o que deve fazer, segundo sua assessoria, hoje ou amanhã.

Em nome de Corrêa– Em defesa do primo, o juiz aposentado Clóvis Corrêa (na foto) se disse surpreso com o nome do ex-deputado Pedro Correa na lista de Janot. “Em 2010, Pedro estava com os direitos políticos cassados e não se candidatou a nenhum cargo na ocasião, foi condenado a sete anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do Mensalão e cumpre pena atualmente”, afirmou, para acrescentar: “Estou surpreso, pois em 2010 ele não foi candidato a nada e já tinha tido o mandato cassado. Como uma pessoa sem mandato e sem disputar a eleição conseguiria receber dinheiro da Petrobras?”

Os crimes de Renan – O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), será investigado pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A partir das petições 5254 e 5274, Calheiros será investigado, juntamente com o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em dois inquéritos separados.

Nem um pio– Confirmado na lista dos inquéritos instaurados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Fernando Collor (PTB-AL) acompanhou a divulgação da “lista de Janot” em Alagoas. Collor não foi encontrado para comentar o assunto. Quem também acompanhou a divulgação da lista a partir de sua cidade natal foi o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que teve o pedido de instauração de inquérito acatado pelo ministro do STF Teori Zavascki. “Vou analisar primeiro as acusações para depois de manifestar. Só vou falar depois de ler o despacho”, disse.

Mais um pernambucano – Também pernambucano, embora atuando em Roraima há muitos anos, o segundo vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que não irá comentar a inserção do nome dele na lista. “O senador só vai se pronunciar quando tiver acesso à petição”, disse um assessor. O nome de Jucá aparece em depoimentos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Foi citado em uma relação de outros 27 políticos que, segundo o ex-diretor, seriam beneficiários do esquema de desvios envolvendo contratos da Petrobras.

CURTAS

REAÇÃO – Localizada nos Estados Unidos, a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), afirmou que está “indignada e completamente injustiçada”. Ela diz que o contato que teve com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi institucional e que nunca teve relação com ele ou qualquer outro citado nas investigações.

VERSÃO– Em nota, a ex-deputado Aline Corrêa, filha do ex-deputado Pedro Corrêa, se apresenta tranquila e confiante. “Não tenho nada a esconder nem dos meus eleitores nem da vida minha pública, que é transparente”, disse. A PGR pediu abertura de inquérito para investigar a ligação de Aline com o esquema.


Perguntar não ofende: Renan e Eduardo Cunha, presidentes do Senado e Câmara, respectivamente, têm condições de continuar no cargo depois da lista?

Nenhum comentário: