Humberto no ataque
Dos nomes de políticos
pernambucanos citados na lista de Janot, que pede investigação por envolvimento
na operação Lava Jato, pelo menos até ontem de imediato apenas o senador
Humberto Costa, líder do PT no Senado, se posicionou, mandando uma nota à
mídia.
Nela, Humberto se apresenta
surpreso e afirma que ficou indignado. Ressalta que não tem conhecimento formal
de quaisquer fatos que lhe tenham sido atribuídos, salvo pelas supostas
informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à
Justiça por réus confessos.
Reitera a lisura de sua conduta e
de sua vida pública e que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais
de que participou foram legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça
Eleitoral. Ainda na mesma nota, diz que, há quatro meses, já deixou à
disposição do Supremo, do Ministério Público e do Senado Federal, todos os seus
sigilos bancário, fiscal e telefônico.
E que, aberto o inquérito pelo
STF, e diante da exposição a que ficará submetido, espera celeridade do
processo e confia no seu consequente arquivamento, em razão de estar certo da
insubsistência de qualquer ilação que haja contra ele. “Estou pronto a cooperar
com todas as etapas de eventuais investigações e diligências, seguro de que, ao
fim, minha inocência será rigorosamente comprovada”, afirmou.
Da bancada de Pernambuco, com
mandato aparece citado também o deputado Eduardo da Fonte (PP), que não se
pronunciou, e políticos sem mandatos, como Pedro Correa Neto (PP) e sua filha
Aline Correa, que atua em São Paulo, além do seu genro Roberto Teixeira,
ex-deputado federal pelo PP.
SÓ COM CONHECIMENTO– Ligado ao
senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também aparece na lista, o deputado Eduardo
da Fonte avisou, ontem, através da sua assessoria, que só vai se pronunciar
sobre a decisão do ministro Teori Zavascki, de liberar a lista dos envolvidos
na operação Lava Jato, após ter o conhecimento do processo. Já o ex-deputado
Roberto Teixeira não se pronunciou, o que deve fazer, segundo sua assessoria,
hoje ou amanhã.
Em nome de Corrêa– Em defesa do
primo, o juiz aposentado Clóvis Corrêa (na foto) se disse surpreso com o nome
do ex-deputado Pedro Correa na lista de Janot. “Em 2010, Pedro estava com os
direitos políticos cassados e não se candidatou a nenhum cargo na ocasião, foi
condenado a sete anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro no processo do Mensalão e cumpre pena atualmente”, afirmou, para
acrescentar: “Estou surpreso, pois em 2010 ele não foi candidato a nada e já
tinha tido o mandato cassado. Como uma pessoa sem mandato e sem disputar a
eleição conseguiria receber dinheiro da Petrobras?”
Os crimes de Renan – O presidente
do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), será investigado pelos crimes de
formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A partir das
petições 5254 e 5274, Calheiros será investigado, juntamente com o deputado
Aníbal Gomes (PMDB-CE), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
em dois inquéritos separados.
Nem um pio– Confirmado na lista
dos inquéritos instaurados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador
Fernando Collor (PTB-AL) acompanhou a divulgação da “lista de Janot” em
Alagoas. Collor não foi encontrado para comentar o assunto. Quem também
acompanhou a divulgação da lista a partir de sua cidade natal foi o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ), que teve o pedido de instauração de inquérito acatado
pelo ministro do STF Teori Zavascki. “Vou analisar primeiro as acusações para
depois de manifestar. Só vou falar depois de ler o despacho”, disse.
Mais um pernambucano – Também
pernambucano, embora atuando em Roraima há muitos anos, o segundo
vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que não irá comentar
a inserção do nome dele na lista. “O senador só vai se pronunciar quando tiver
acesso à petição”, disse um assessor. O nome de Jucá aparece em depoimentos de
delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa. Foi citado em uma relação de outros 27 políticos que, segundo o
ex-diretor, seriam beneficiários do esquema de desvios envolvendo contratos da
Petrobras.
CURTAS
REAÇÃO – Localizada nos Estados
Unidos, a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), afirmou que está
“indignada e completamente injustiçada”. Ela diz que o contato que teve com o
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi institucional e que nunca teve
relação com ele ou qualquer outro citado nas investigações.
VERSÃO– Em nota, a ex-deputado
Aline Corrêa, filha do ex-deputado Pedro Corrêa, se apresenta tranquila e
confiante. “Não tenho nada a esconder nem dos meus eleitores nem da vida minha
pública, que é transparente”, disse. A PGR pediu abertura de inquérito para
investigar a ligação de Aline com o esquema.
Perguntar não ofende: Renan e
Eduardo Cunha, presidentes do Senado e Câmara, respectivamente, têm condições
de continuar no cargo depois da lista?
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