Fernando na
ofensiva
Depois
de fazer desabafos durante os seminários “Todos por Pernambuco”, na semana
passada em Araripina, Petrolina e Salgueiro, o senador Fernando Bezerra Coelho
(PSB) subiu, ontem, à tribuna do Senado. Em longo pronunciamento, afirmou que
não tem culpa no cartório no esquema da operação Lava Jato, defendeu a memória
do ex-governador Eduardo Campos e pediu pressa no seu julgamento.
Sobre
as declarações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o senador disse
que teve com ele diversas reuniões e agendas, sempre para tratar de temas
institucionais na condição de secretário estadual de Desenvolvimento Econômico,
no governo Eduardo Campos, e Costa como executivo da Petrobras.
“Como
todos sabem, está sendo concluída uma grande refinaria em Pernambuco. Nenhum
dos contratos para qualquer tipo de serviço na refinaria passou pelas minhas
mãos. Todos, absolutamente todos, foram realizados exclusivamente pela
Petrobras, sem qualquer gerência estadual”, afirmou, para acrescentar:
“Em
2010, não participei da coordenação da campanha à reeleição de Eduardo Campos.
Portanto, nunca tratei de doações para aquela disputa com quem quer que fosse.
Aliás, abro aqui um parêntese para fazer justiça a um amigo. Eduardo foi um
gestor público sério, comprometido com as melhores causas democráticas e
republicanas, e por isto mesmo deixou o governo com uma aprovação superior a
80%”, afirmou.
Fernando
disse, ainda, que todas as contas dele foram devidamente analisadas e aprovadas
pela Justiça Eleitoral. “Atacar Eduardo, agora que ele já se foi, é tentar
macular a imagem de um grande líder que o Brasil perdeu de maneira tão precoce.
Eduardo merece respeito pelo que foi e pelo que fez. As contradições nos
depoimentos dos delatores são evidentes, e isso ficará demonstrado no curso das
investigações”, assinalou.
PACOTE– O ministro do Desenvolvimento,
Armando Monteiro, foi chamado, ontem, a Brasília, tão logo proferiu palestra no
Recife sobre os rumos da economia em 2015. Ele integra o grupo de ministros
convocado pela presidente Dilma para discutir as manifestações de rua do último
domingo e a reação do Governo. Entre as iniciativas que o Governo vai propor
como ofensiva está o lançamento do pacote anticorrupção.
NA CORDA BAMBA – Há muita preocupação no Governo
com o destino do ministro Cid Gomes (Educação). Ele não se desculpou nem
retirou a afirmação de que há uns 400 deputados achacadores. Na semana passada,
quando foi adiado seu depoimento na Câmara, a temperatura subiu. O governo teme
que a situação fique insustentável quando ele for depor no plenário.
CRÍTICAS A ROSSETO – De passagem ontem pelo Recife, o
ministro Armando Monteiro disse que o Governo deveria ter usado apenas um
ministro para falar após as manifestações e criticou Miguel Rosseto,
secretário-geral da Presidência. “A manifestação de Rossetto foi uma tentativa
de atribuir [os problemas] à crise internacional. Sou do governo, sou
solidário, mas posso expressar minha opinião livremente. Rossetto tem a sua
avaliação e eu tenho a minha”, afirmou.
SAIU DA TOCA – Um dia após os protestos
realizados em diversas capitais do País contra o governo federal, a presidente
Dilma defendeu, em pronunciamento, a liberdade das manifestações e disse que
"valeu lutar pela liberdade" e contra a ditadura militar.
"Presto homenagem a todos os que lutaram contra o regime de exceção e pela
democracia e pelo restabelecimento pelas liberdades democráticas",
afirmou. Ela acrescentou que teve a "honra de participar da resistência à
ditadura".
NOVA AGENDA – O governador Paulo Câmara diz que
as manifestações demonstraram "claramente a necessidade de ajustes".
Segundo ele, é preciso discutir uma nova agenda para o País. "O Brasil
assistiu manifestações que demonstram claramente a necessidade de ajustes, de
humildade, de transparência e de muito diálogo. Tem que ser apresentada e discutida
uma nova agenda para o País”, pregou.
CURTAS
DIÁLOGO– O vice-presidente Michel Temer,
acha que em vez de se assustar com os protestos realizados nas principais
cidades do País, o Governo tem de "aplaudir" a iniciativa popular.
Para ele, as ruas sinalizam que o Executivo tem de dialogar com "muita
humildade" com a população.
INSATISFAÇÃO – Ministros do PT ainda insistem que
as manifestações tiveram adesão apenas dos que não votaram em Dilma. Os
ministros de outros partidos, porém, deixaram claro, na reunião de avaliação
com a presidente, que há uma insatisfação muito mais ampla e difusa contra o
governo do que se imaginava anteriormente.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O novo Governo Dilma será
de coalização ou de transição?
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