Passarela improvisada foi construída em 2012 e permanece até hoje.Fotos: Roberta Soares |
Mesmo assim, muitas pessoas se arriscam por temer a travessia da rodovia
O
provisório virou perigo permanente. A passarela de pedestres sobre a rodovia
BR-232, no Curado, Zona Oeste do Recife, virou uma carcaça. O equipamento foi
instalado no início de 2012 para resolver, temporariamente, a dificuldade de
travessia de funcionários e pacientes para o Hospital Pelópidas Silveira,
unidade pública referência em cardiologia e neurologia. Mas foi ficando por lá,
esquecido por todos, largado sob sol e chuva. De tão precária, a passarela teve
o acesso interditado, mas o perigo da travessia na BR é tanto que as pessoas
insistem em utilizá-la. E, assim, correm risco de cair de uma altura de seis
metros.
A
escolha é difícil. Passar pelo equipamento cuja insegurança é percebida no
olhar, com madeiras soltas e podres, sustentadas por estruturas de ferro também
velhas e enferrujadas. Tudo isso por 50 metros de comprimento, tendo uma
rodovia federal de tráfego pesado passando em baixo. Ou encarar a travessia que
significa, além de habilidade e paciência para esperar a hora mais segura de
atravessar entre carros e caminhões, pular uma mureta de um metro (a defensa da
rodovia, que isola o tráfego entre as duas pistas da BR). Nem todos conseguem.
“Eu
poderia chegar em casa em dez minutos, mas gasto até 1h20 porque pego o ônibus
no mesmo ponto em que desço e espero ele fazer o retorno. Não consigo
atravessar e não me arrisco nessa passarela velha. Precisamos de uma solução”,
apela Luciene Maria da Silva, técnica em segurança do Hospital Pelópidas
Silveira.
E
a situação de insegurança deve durar por muito tempo. Não há previsão de o
equipamento ser substituído por um definitivo e seguro. Não existe sequer data
para que haja uma recuperação da passarela. O próprio governo não se entende.
No ano passado, a informação oficial era de que o Departamento de Estradas de
Rodagens de Pernambuco (DER-PE) iria realizar um estudo para instalar a
passarela definitiva, estimada em R$ 2 milhões.
O
estudo, inclusive, estaria sob avaliação do Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transporte (DNIT) porque, embora o Estado esteja responsável pela 232, o
projeto teria que ser autorizado pelo governo federal, já que se trata de uma
BR. Ontem, a assessoria de imprensa do DER-PE afirmou que toda a
responsabilidade sobre o equipamento, seja manutenção ou construção de um novo,
é da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A secretaria contratou a empresa Mills
para instalar e manter a passarela provisória por R$ 20 mil por mês, contrato
que teria validade até a instalação da definitiva. Ontem, a SES enviou nota
dizendo estar em negociação com a empresa para que sejam realizados os reparos
emergenciais na estrutura provisória. Mas que a passarela permanente será
construída pelos órgãos responsáveis pela administração da rodovia, ou seja, o
DER-PE.
Ne10
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