Torneio de robótica reúne alunos de 18 estados. Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil |
Começa hoje (13) a etapa nacional
do Torneio de Robótica First Lego League, que vai reunir 600 estudantes de 18
estados. A competição vai até domingo (15), no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, com entrada aberta ao público. Os vencedores vão participar de
torneios internacionais de robótica, sendo o principal deles o World Festival,
em Saint Louis, nos Estados Unidos, com as melhores equipes do mundo.
A competição é promovida pelo
grupo dinamarquês Lego e pela organização norte-americana For Inspiration and
Recognition of Science and Technology (First) em mais de 80 países e envolve
mais de 200 mil jovens por ano. No Brasil, este é o décimo primeiro ano do campeonato,
que ocorre há 17 anos no mundo.
A etapa nacional terá as 60
melhores equipes do país, que garantiram vaga em dez seletivas regionais. Os
times são formados por estudantes com idade entre 9 e 16 anos de escolas
públicas, particulares e do Serviço Social da Indústria (Sesi), que organiza o
evento.
Neste ano, os projetos de
pesquisa, um dos critérios de avaliação, devem propor novas formas de
aprendizagem. Cada equipe deve apresentar uma solução inovadora para
aperfeiçoar o aprendizado, que possa sair do papel e virar realidade.
Os outros critérios de avaliação
são design de robô, em que os alunos projetam, constroem e programam o
equipamento e depois apresentam o desenho mecânico, a estratégia adotada e a
programação desenvolvida; desafio do robô, em que são disputadas três partidas
de dois minutos e meio para executar missões na mesa de competição com os robôs
e os valores centrais do torneio como o trabalho em equipe e a competição
amigável e ética.
O diretor de Operações do Sesi,
Marcos Tadeu de Siqueira, explica que o Brasil tem carência de profissionais na
área de ciência e tecnologia e o interesse da entidade é despertar os jovens
para a área científica. “É uma preocupação nossa formar profissionais que
possam suprir essa carência para a indústria e para o desenvolvimento do país”.
No Distrito Federal, as duas
equipes que vão competir são da unidade Sesi do Gama. Os alunos da Lego of
Olympus desenvolveram a Mattátil, uma caixa com materiais pedagógicos voltados
para o aprendizado da matemática de deficientes visuais. Segundo a coordenadora
de robótica do Sesi do Gama, Elisângela Machado, os estudantes usaram material
reciclável e adaptado para deficiência visual e já levaram a caixa para uma
escola de deficientes visuais a fim de trabalhar o projeto. “Após o torneio,
vamos entregar a caixa para a escola. A ideia é divulgar o projeto para o maior
número de pessoas".
A outra equipe é a Lego Field,
que criou um website chamado Touch Class, voltado para a escola rural.
Elisângela explica que os alunos do Sesi fizeram pesquisa de campo nas escolas
rurais e perceberam deficiências no aprendizado. A equipe trabalhou o conteúdo
para uma turma do quinto ano do ensino fundamental. “O projeto trabalha tanto
online quanto offline. Os alunos vão inserir materiais didáticos no sistema e
instalar o website na escola”.
Débora Gonçalves Rocha, 16 anos,
que está no segundo ano do ensino médio, é uma das cinco meninas que fazem
parte das equipes do Sesi. Ela conta que participou de torneios passados como
voluntária e gostou da experiência. “Quando surgiu a oportunidade de ser
integrante de equipe, eu me encontrei, faço o que gosto e adquiri muito
conhecimento. Sempre gostei das ciências exatas e quero cursar engenharia
civil”, disse. Segundo o Sesi, metade dos 600 competidores é menina.
Matheus Queiroz, 13 anos, do
oitavo ano do ensino fundamental, conta que está mais envolvido com a
competição do robô montado com peças de Lego. “É um robô em que procuramos
criar um sistema de garras de fácil encaixe para buscar mais velocidade. Só
temos dois minutos e meio para todas as missões. Essa área me chama muita
atenção e será um importante apoio profissional no futuro. Eu gostaria de
cursar robótica ou engenharia”.
Agência Brasil
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