O ESTILO PAULO CÂMARA - Próximo a completar 100 dias de gestão, o
governador Paulo Câmara (PSB) já imprimiu um estilo próprio. Algumas coisas
lembram o seu guru, o ex-governador Eduardo Campos, como a disposição para o
trabalho, os incansáveis expedientes noturnos, a pontualidade e a disposição
para o diálogo.
Câmara tem, porém, diferenças
gritantes. De perfil técnico, não costuma exagerar na dosagem em discursos. Em
algumas ocasiões, nem fala, abrindo espaços para aliados. Em viagens, Câmara
também é bem diferente. Raramente usa jatinhos nos deslocamentos a Brasília.
Ao interior, quando os trechos
são curtos ou médios abre mão do helicóptero e embarca com alguns auxiliares
numa Van, como fez, ontem, para chegar até Surubim, um trecho de 122 km, de
onde seguiu depois para a cidade de Garanhuns, onde abre hoje o seminário Todos
por Pernambuco.
De Garanhuns, segue amanhã, logo
cedo, para Caruaru, para a terceira etapa do seminário, o que na prática terá
percorrido mais de 800 km em apenas três dias. “O governador só usa avião em casos
extremamente necessários”, diz o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira.
Nos contatos com a população no
Interior, o governador tem um estilo que lembra um pouco Eduardo, se misturando
ao povo e sempre disponível para fotos com fãs e eleitores. Câmara também é
madrugador e pontual como Eduardo. Nos seminários, não fossem as falas
prolongadas dos aliados, dificilmente atrasava a programação.
Ontem, por exemplo, na assinatura
da ordem de serviços da duplicação da PE-160, ligando do entroncamento da BR-104,
em Pão de Açúcar, à entrada da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, o governador
fez um ato de 15 minutos, usando da palavra apenas o deputado Diego Moraes
(PSB) e ele próprio, que falou cinco minutos.
COM AÉCIO – Na conversa que teve com o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, terça-feira passada, o governador Paulo Câmara informou que
estaria procurando nos próximos dias o senador Aécio Neves, presidente nacional
do PSDB. Com as principais lideranças tucanas, Câmara tem procurado antecipar
entendimentos com relação as eleições municipais, para garantir a presença do
PSDB na aliança de Geraldo Júlio.
REAÇÃO INESPERADA – Petista de carteirinha, cria do ex-prefeito
Flávio Nóbrega, o prefeito de Surubim, Tulio Vieira, não só prestigiou o
seminário Todos por Pernambuco, ontem, em sua terra, como fez rasgados elogios
ao tratamento recebido pelo governador, citando, inclusive, a parceria selada
para custeio do carnaval no município.
O JOGO DO GOVERNO – Os seis senadores do PSB denunciam que a
criação de sucessivas CPIs tem como objetivo dispersar e enfraquecer
investigações que estão em curso. O alvo seria retirar o peso das CPIs do HSBC,
da Operação Zelotes e do Extermínio de Jovens. O PSB critica a eventual criação
da CPI dos Fundos de Pensão, proposta pelo senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), e decidiu retirar suas assinaturas do requerimento.
INDECISÃO TUCANA – O PSDB está em dúvida sobre a presença de seu
presidente, Aécio Neves, na manifestação de domingo. Tasso Jereissati opinou
que se fosse menor que no dia 15, o tucano seria associado a um fracasso.
Cássio Cunha Lima sustentou que se fosse pequena, Aécio viraria líder. Rita
Camata sugeriu que ele olhasse o tamanho para decidir se vai ou não. Bruno
Araújo teme a overdose de protestos.
NEM AI! – O senador Fernando Bezerra Coelho participou, ontem,
apenas da abertura do seminário Todos por Pernambuco em Surubim, queimando as
plenárias da tarde. Sobre a sua defesa no processo da Lava Jato em que é
acusado de receber R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo, o socialista disse
que está assessorado por um excelente advogado e que vai tirar de letra.
CURTAS
OPOSIÇÃO – Na segunda etapa Agreste do seminário Todos por
Pernambuco, hoje, em Garanhuns, o governador terá como anfitrião mais um
prefeito do bloco de oposição: Izaías Régis (PTB), ligado ao ministro Armando
Monteiro Neto. Resta saber se terá comportamento dócil feito o prefeito petista
de Surubim.
AUDIÊNCIA – O senador Fernando Bezerra Coelho preside, hoje, em
Petrolina, audiência pública da Comissão de Reforma Agrária e Agricultura do
Senado para discutir a crise hídrica que se abate sobre a fruticultura irrigada
no Vale do São Francisco, destruindo produções e empregos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Vale a pena fazer balanço de cem dias de
Governo?
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