segunda-feira, 13 de abril de 2015

Do blog do Magno Martins: Coluna da segunda-feira

A CHAMA ESTÁ ACESA - Houve comemoração no Planalto com a adesão bem menor da população à manifestação de rua, ontem, pedindo o afastamento de Dilma. A comparação tem como parâmetro o dia 15 de março, quando São Paulo mobilizou mais de 1 milhão de pessoas. Por que não se viu mais gente nas ruas?

Não se sabe, até porque uma pesquisa do Datafolha aponta que quase 70% dos entrevistados aprovam o impeachment de Dilma. E a rejeição ao seu Governo recuou apenas dois pontos, de 62% para 60%, índice altíssimo. Na verdade, milhares de pessoas voltaram às ruas em diversas cidades do País, com atos em mais de 400 municípios brasileiros.

Em Brasília, 25 mil pessoas se concentraram em frente do Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios, segundo a Polícia Militar. Já os sete organizadores - Diferença, Vem pra Rua, Foro de Brasília, Tô na Rua, Movimento Brasil Contra a Corrupção, Movimento Limpa Brasil e Movimento Brasil Livre - estimaram 40 mil, igual ao verificado no protesto do dia 15 de março.

Em São Paulo, a concentração começou tímida pelas calçadas da Avenida Paulista, com os motoristas promovendo buzinaços. Mas aumentou muito no final da tarde. O partido Solidariedade coletou assinaturas para um abaixo-assinado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Caminhoneiros, depois de buzinar na Marginal do Tietê, interditaram a Marginal do Pinheiros e seguiram até a Paulista. Outro grupo grande foi visto na Rodovia Presidente Dutra. O tom dos discursos foi centrado na corrupção na Petrobras e em pedidos de impeachment de Dilma.

O músico e humorista Juca Chaves, 76, cantou versos anti-PT: "Enquanto bilionários investem lá no norte, no norte da Suíça/ Democracia é isto, é viajar para Cuba com nossa presidente/ Infeliz o país andou pra trás/ Secaram a nossa Petrobras/ Adeus, ladrões/ Adeus, PT saudações".

Antes do início dos discursos, a Polícia Militar mandou um caminhão do Vem para Rua se deslocar dez metros na rua para garantir circulação na Paulista. Cerca de quinze ativistas ligados ao grupo realizaram um "skataço", batendo com o "shape" de seus skates na calçada - numa versão do panelaço que ocorreu durante pronunciamento da presidente em cadeia de TV no mês passado.

Talvez a presença mais tímida do povo nas ruas esteja ligada também à incerteza do País nas mãos do PMDB, que num eventual afastamento de Dilma passaria a comandar o Governo pelas mãos do vice Michel Temer. Muitos temem de ser muito pior com o PMDB.

ADESÃO BAIXA– No Recife, também não foi diferente em relação às demais capitais. A manifestação pela Avenida Boa Viagem atraiu um público bem menor em comparação a 15 de março. Sem a Polícia Militar se pronunciar sobre o número de participantes da caminhada promovida pelo grupo Vem pra rua, os organizadores do ato estimaram entre 40 mil e 50 mil na manifestação. Mais tarde, a PM estimou em 25 mil pessoas.


É DO BAIXO CLERO
Em 100 dias de mandato, o neotucano Daniel Coelho, que antecipou a sucessão no Recife, não conseguiu romper a zona dos chamados deputados do baixo clero, diferentemente de outros estreantes, como Tadeu Alencar, já visto pelo Diap como uma das revelações pela destacada atuação na Comissão de Reforma Política.


JOGO DE CINTURA – Na passagem por Caruaru, para o seminário Todos por Pernambuco, o governador Paulo Câmara teve que se desdobrar para prestigiar as três forças políticas antagônicas que dão sustentação ao seu Governo: a do prefeito José Queiroz (PDT), do deputado Tony Gel (PMDB) e, por fim, da deputada Raquel Lyra, com quem almoçou na fazenda Macambira, de propriedade do seu pai, o ex-governador João Lyra.

REFORMA POLÍTICA – O Congresso quer acelerar a discussão da reforma política para que as novas regras já possam valer nas eleições de 2016. A comissão na Câmara tem prazo até 15 de maio para votar o relatório de Marcelo Castro. O prazo foi fixado pelo presidente, Rodrigo Maia. A CCJ está sendo pressionada a se manifestar até o final de maio. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quer votar o projeto de reforma, no plenário da Câmara, nos primeiros 15 dias de junho.

RECURSO À DELAÇÃO – Clóvis Corrêa Filho, advogado e primo do ex-deputado Pedro Corrêa Neto (PP), admite que as provas contra o parlamentar citadas no despacho do juiz federal Sérgio Moro são "contundentes" e ainda classificou o trabalho do magistrado como "excepcional". "Não tem como fugir da Justiça. Defendo que ele faça a delação para contribuir com o aperfeiçoamento do processo democrático", pregou.

CURTAS

PREFEITOS – Dos cinco prefeitos do PTB no Agreste, apenas Ronaldo Ferreira, de Brejão, não deu as caras no seminário Todos por Pernambuco, sexta-feira passada, em Garanhuns. Ligados ao ministro Armando Monteiro, os prefeitos de Caetés, Iati, Capoeiras e Jucati podem se aproximar do governador Paulo Câmara diante do fato novo, que é a fusão do DEM ao PTB.

GOVERNADORES – O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), passou o fim de semana ligando para os deputados e senadores da bancada nordestina no Congresso para lembrar da reunião com os nove governadores da região, marcada para a próxima quarta-feira, no auditório Nereu Ramos, às 8h30m.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: A bancada nordestina vai atender ao apelo dos governadores e aprovar o ajuste fiscal?

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