quinta-feira, 9 de abril de 2015

Museu do videogame chega ao Recife

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Aos oito anos de idade, o Sul-Mato-Grossense Cleidson Lima viu um videogame pela primeira vez na vida. Era um Telejogo Philco Ford, de 1977, o primeiro console fabricado no Brasil. "Aquilo ficou na minha cabeça e, desde lá, não parei mais de jogar". Não só jogar; ele começou, também, a colecionar. Hoje jornalista e com 42 anos, ele é dono do Museu do Videogame Itinerante, que chega ao Recife neste sábado (11). O acervo conta com mais de 200 aparelhos e seis mil jogos. A atração ficará instalada no Shopping Recife, em Boa Viagem, das 13h às 21h, até o dia 26 deste mês.

O colecionador lembra que, no início de sua fixcação por games, não costumava acumulá-los - apenas vendia e comprava o da próxima geração. Mas houve um período em que parou de comprar novos e só ficava com os que tinha. "Daí, decidi me tornar um especialista e colecionar os consoles. Quando percebi, já tinha 80 deles em casa. Foi quando minha mulher me deu um ultimato: ou eu arranjava um local para aquela coleção, ou ela me colocava para fora de casa. Foi um bom incentivo para que eu criasse o museu", brinca Cleidson. A primeira exposição ocorreu em 2011, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul: em 15 dias, 70 mil pessoas passaram pelo espaço. Nos anos seguintes, o público só aumentou - 95 mil em 2012, 110 mil em 2013, 162 mil em 2014 e 195 mil pessoas em 2015 (quando foram nove dias de exposição). Para se ter uma ideia, a população da cidade é de 800 mil pessoas.

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O sucesso fez com que Cleidson desejasse levar a atração a outras cidades. O Recife é a segunda parada da exposição itinerante (a primeira foi Londrina, pela proximidade com Campo Grande). "Escolhemos o Recife principalmente por conta do DNA tecnológico que a cidade tem. Não só pelo polo tecnológico, mas também percebemos nas nossas redes sociais uma grande procura das pessoas da cidade pelo museu", conta o colecionador. Por aqui, o museu receberá também peças de colecionadores locais, que não fazem parte do acervo local. "Nossa ideia é incentivar esse colecionismo, por isso buscamos colecionadores locais que tenham itens diferentes", completa, revelando que seu sonho era juntar as coleções de todo o Brasil.

Os visitantes do Museu do Videogame poderão conferir mais de 200 consoles e portáteis, desde o primeiro do mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972, até os mais recentes, como PlayStation 4, Xbox One e Wii U. Mais de 30 deles estarão disponíveis para utilização. "O mais legal é a nostalgia. Na maioria dos eventos de videogames, o público é basicamente de jovens e crianças; o Museu é um evento de família. Os pais levam os filhos e mostram os consoles antigos, e os filhos também mostram os mais modernos. É um passeio por quatro décadas da hiostória dos videogames", comenta Cleidson.

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A arena terá ainda um espaço para jogos como Just Dance e disputas diárias de títulos de futebol e luta, além de simuladores de corrida. Concursos de cosplay e lançamentos de títulos também fazem parte da programação. O acesso ao Museu do Videogame Itinerante é gratuito.

Coleção
Dos mais de seis mil títulos que possui, Cleidson Lima revela que nem chegou a jogar todos - 10% deles ainda não foram experimentados. Outros, também, ainda estão lacrados em suas embalagens. Isso porque, conta ele, um item fechado tem um valor bem maior no mercado de coleções. Ele revela, ainda, que, para um colecionador, quanto pior o console tiver sido em sua época, melhor. Ele lembra o Bandai Pippin, lançado pela Apple em parceria com a Bandai, que não teve sucesso e é considerado raríssimo.

Como todo colecionador, o jornalista revela certo ciúme dos itens que possui. "A parte mais difícil da exposição é praticar o desapego. Eu até deixo as pessoas jogarem o Telejogo, o Atari, mas com receio. Apesar de que nunca tive nenhum incidente com os consoles. Todo mundo que vai ao museu respeita, usa com cuidado", conta.

Folha de Pernambuco

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