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Aos oito anos de idade, o
Sul-Mato-Grossense Cleidson Lima viu um videogame pela primeira vez na vida.
Era um Telejogo Philco Ford, de 1977, o primeiro console fabricado no Brasil.
"Aquilo ficou na minha cabeça e, desde lá, não parei mais de jogar".
Não só jogar; ele começou, também, a colecionar. Hoje jornalista e com 42 anos,
ele é dono do Museu do Videogame Itinerante, que chega ao Recife neste sábado
(11). O acervo conta com mais de 200 aparelhos e seis mil jogos. A atração
ficará instalada no Shopping Recife, em Boa Viagem, das 13h às 21h, até o dia
26 deste mês.
O colecionador lembra que, no
início de sua fixcação por games, não costumava acumulá-los - apenas vendia e
comprava o da próxima geração. Mas houve um período em que parou de comprar
novos e só ficava com os que tinha. "Daí, decidi me tornar um especialista
e colecionar os consoles. Quando percebi, já tinha 80 deles em casa. Foi quando
minha mulher me deu um ultimato: ou eu arranjava um local para aquela coleção,
ou ela me colocava para fora de casa. Foi um bom incentivo para que eu criasse
o museu", brinca Cleidson. A primeira exposição ocorreu em 2011, em Campo
Grande, Mato Grosso do Sul: em 15 dias, 70 mil pessoas passaram pelo espaço.
Nos anos seguintes, o público só aumentou - 95 mil em 2012, 110 mil em 2013,
162 mil em 2014 e 195 mil pessoas em 2015 (quando foram nove dias de
exposição). Para se ter uma ideia, a população da cidade é de 800 mil pessoas.
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O sucesso fez com que Cleidson
desejasse levar a atração a outras cidades. O Recife é a segunda parada da
exposição itinerante (a primeira foi Londrina, pela proximidade com Campo
Grande). "Escolhemos o Recife principalmente por conta do DNA tecnológico
que a cidade tem. Não só pelo polo tecnológico, mas também percebemos nas nossas
redes sociais uma grande procura das pessoas da cidade pelo museu", conta
o colecionador. Por aqui, o museu receberá também peças de colecionadores
locais, que não fazem parte do acervo local. "Nossa ideia é incentivar
esse colecionismo, por isso buscamos colecionadores locais que tenham itens
diferentes", completa, revelando que seu sonho era juntar as coleções de
todo o Brasil.
Os visitantes do Museu do
Videogame poderão conferir mais de 200 consoles e portáteis, desde o primeiro
do mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972, até os mais recentes, como PlayStation
4, Xbox One e Wii U. Mais de 30 deles estarão disponíveis para utilização.
"O mais legal é a nostalgia. Na maioria dos eventos de videogames, o
público é basicamente de jovens e crianças; o Museu é um evento de família. Os
pais levam os filhos e mostram os consoles antigos, e os filhos também mostram
os mais modernos. É um passeio por quatro décadas da hiostória dos
videogames", comenta Cleidson.
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A arena terá ainda um espaço para
jogos como Just Dance e disputas diárias de títulos de futebol e luta, além de
simuladores de corrida. Concursos de cosplay e lançamentos de títulos também
fazem parte da programação. O acesso ao Museu do Videogame Itinerante é
gratuito.
Coleção
Dos mais de seis mil títulos que
possui, Cleidson Lima revela que nem chegou a jogar todos - 10% deles ainda não
foram experimentados. Outros, também, ainda estão lacrados em suas embalagens.
Isso porque, conta ele, um item fechado tem um valor bem maior no mercado de
coleções. Ele revela, ainda, que, para um colecionador, quanto pior o console
tiver sido em sua época, melhor. Ele lembra o Bandai Pippin, lançado pela Apple
em parceria com a Bandai, que não teve sucesso e é considerado raríssimo.
Como todo colecionador, o
jornalista revela certo ciúme dos itens que possui. "A parte mais difícil
da exposição é praticar o desapego. Eu até deixo as pessoas jogarem o Telejogo,
o Atari, mas com receio. Apesar de que nunca tive nenhum incidente com os
consoles. Todo mundo que vai ao museu respeita, usa com cuidado", conta.
Folha de Pernambuco
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