O Psol expulsou neste sábado (16)
o deputado federal Cabo Daciolo (RJ), eleito em 2014 após liderar uma greve de
bombeiros no Rio. A decisão foi tomada por 53 votos a 1 no diretório nacional
do partido, em Brasília.
Por placar mais apertado, 31 a 24, a sigla decidiu não
reivindicar o mandato dele ao Tribunal Superior Eleitoral.
Daciolo foi acusado de contrariar
o programa do Psol ao tentar incluir Deus na Constituição Federal e ao defender
os PMs presos no caso Amarildo.
O deputado, que é evangélico,
apresentou uma proposta para modificar o parágrafo 1º da Constituição, que
afirma que "todo poder emana do povo". Ele queria alterar o texto
para substituir o povo por Deus.
O líder do Psol na Câmara,
deputado Chico Alencar (RJ), afirmou que a ideia é inaceitável. "Ele
colidiu com um ponto fundamental do nosso partido, que é a defesa do Estado
laico. Respeitamos todas as crenças, mas o discurso fundamentalista religioso
não pode ser tolerado", disse Chico, que votou pela expulsão do colega.
Daciolo também entrou em conflito
com políticos do partido que atuam na área de direitos humanos. Em março, ele
defendeu a libertação de 12 policiais militares acusados de participar da morte
do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013.
De acordo com as investigações,
Amarildo foi torturado e morto por PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora)
da Rocinha, no Rio.
O deputado não foi localizado
para comentar a decisão do partido. Na última quarta (13), ele afirmou em nota
que lutaria contra a medida.
"O Psol sempre soube da
minha fé e das minhas posições em defesa dos militares. Volto a repetir: sou
cristão e acredito piamente que todo poder emana de Deus", escreveu, em
sua página no Facebook.
A ex-deputada estadual Janira
Rocha (Psol-RJ), única a votar pela permanência de Daciolo no partido, informou
que ele recorrerá da decisão. Com a saída do bombeiro, a bancada do Psol na
Câmara cai de cinco para quatro deputados.
Do NE10
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