Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal
anunciou hoje (24) o Plano Estratégico do Setor Sucroalcooleiro, que tem a
ambição de expandir a oferta de cana-de-açúcar para fabricação de etanol nos
próximos quatro anos. A primeira medida, com custo estimado de R$ 29 bilhões, é
a renovação de 6,4 milhões de hectares plantados com cana até 2015.
Segundo o
Ministério da Agricultura, a idade média dos canaviais está mais elevada que a
ideal, já acima do sexto corte.
A crescente demanda por etanol,
no entanto, exige também a expansão da área plantada. Para atender a ociosidade
média atual de 16% das usinas, serão investidos R$ 8,5 bilhões no plantio de
1,4 milhões de hectares. Mais R$ 23 bilhões serão aplicados em 3,8 milhões de
hectares para responder à demanda por etanol anidro misturado à gasolina numa
proporção de 25% e etanol hidratado para entre 50% e 55% da frota de veículos
leves nos próximos anos.
Os recursos para a execução do
plano virão principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e da poupança rural. O governo também propôs ao Conselho
Monetário Nacional (CMN) uma linha de financiamento à estocagem de etanol para
que as indústrias distribuam a produção durante o ano, evitando a volatilidade
dos preços do combustível. A linha de crédito está estimada em R$ 4,5 bilhões
ao ano.
A Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) deverá receber R$ 40 milhões para pesquisas de novas
variedades de cana, como uma resistente à seca. Outra linha de pesquisa será
para o desenvolvimento de tecnologias para produção de etanol celulósico, para
aproveitamento da biomassa da cana.
Como forma de reestruturar o
setor, o plano estratégico ainda propõe a organização dos produtores em
associações e cooperativas, otimizando sua participação na cadeia produtiva e
podendo, inclusive, assumir usinas paradas.
Edição: Nádia Franco
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