Do Folhape
imagem: showmetech.com.br |
NOVA YORK
(AE) - O número de desafetos, inimigos e críticos do Facebook (FB) é um grão de
areia perto dos quase um bilhão de usuários ativos e fiéis que a rede social
conquistou nos últimos anos, mas parece ser crescente. O professor Eben Moglen,
que leciona na Escola de Direito da Universidade de Columbia, em Nova York, há
25 anos, está no primeiro grupo.
O professor, que trabalha no desenvolvimento
de um software gratuito - FreedomBox - que poderá ser baixado pela internet,
sem licença de uso, de modo a permitir a navegação na internet com mais
privacidade, ataca a invasão de privacidade da rede social para usar o termo
mais politicamente correto.
Espionagem
é a palavra usada pelo professor Moglen. “O motivo pelo qual o Facebook está
tão enorme está no seu valor por espionar. Não há outro lugar no mundo para
espionar centenas de milhares de pessoas com tanta eficácia”, disse. “A oferta
do Facebook é pequena, de alguns bilhões de dólares. A Cisco recentemente
comprou uma companhia de stream vídeo por US$ 5 bilhões, que é mais ou menos
todo o dinheiro que o Facebook vai levantar. A razão pela qual o Facebook é tão
importante não é pelo negócio em si ou por prover rede social e ganhar em média
US$ 5 por pessoa (com anúncios)”.
Como
empresa de capital aberto, o Facebook terá de se adaptar rapidamente se não
quiser correr o risco de desaparecer em um período relativamente curto. “A
relação do Facebook com o mundo secreto é crucial para eles e uma vez que eles
se tornem companhia aberta eles terão de tratar isso de modo diferente. Daqui a
um ano estaremos falando em como o FB teve de se ajustar para ser uma empresa
pública”, disse.
Moglen
acredita que o movimento contrário ao Facebook deve ganhar força e acabará
perdendo espaço para a concorrência, especialmente se o usuário perceber que
poderá ter maior controle e sigilo de suas informações. Na Europa, já existe um
movimento que caminha em direção à mudança de regulação para garantir maior
privacidade nas redes sociais. Este movimento foi iniciado após uma campanha de
três anos liderada por um estudante de direito da Áustria, Max Schrems, que exige
que haja regulação que obrigue o FB a deletar todas as informações que possui
de seu banco de dados caso o usuário assim o deseje.
O próprio
Max Schrems exigiu na Justiça que o FB o entregasse todos os dados que tinha
sobre ele. O resultado foi um documento composto por 1.222 páginas, contendo
inclusive dados que ele já havia apagado de seu perfil na rede social. “Quando
falo que em até 120 meses o Facebook não existirá mais, estou falando
literalmente a verdade. Do ponto de vista tecnológico, o Facebook será
substituído”, garante Moglen.
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