segunda-feira, 26 de março de 2012

FACEBOOK NÃO EXISTIRÁ EM 10 ANOS, DIZ PROFESSOR

Do Folhape
imagem: showmetech.com.br

NOVA YORK (AE) - O número de desafetos, inimigos e críticos do Facebook (FB) é um grão de areia perto dos quase um bilhão de usuários ativos e fiéis que a rede social conquistou nos últimos anos, mas parece ser crescente. O professor Eben Moglen, que leciona na Escola de Direito da Universidade de Columbia, em Nova York, há 25 anos, está no primeiro grupo.


O professor, que trabalha no desenvolvimento de um software gratuito - FreedomBox - que poderá ser baixado pela internet, sem licença de uso, de modo a permitir a navegação na internet com mais privacidade, ataca a invasão de privacidade da rede social para usar o termo mais politicamente correto.

Espionagem é a palavra usada pelo professor Moglen. “O motivo pelo qual o Facebook está tão enorme está no seu valor por espionar. Não há outro lugar no mundo para espionar centenas de milhares de pessoas com tanta eficácia”, disse. “A oferta do Facebook é pequena, de alguns bilhões de dólares. A Cisco recentemente comprou uma companhia de stream vídeo por US$ 5 bilhões, que é mais ou menos todo o dinheiro que o Facebook vai levantar. A razão pela qual o Facebook é tão importante não é pelo negócio em si ou por prover rede social e ganhar em média US$ 5 por pessoa (com anúncios)”.


Como empresa de capital aberto, o Facebook terá de se adaptar rapidamente se não quiser correr o risco de desaparecer em um período relativamente curto. “A relação do Facebook com o mundo secreto é crucial para eles e uma vez que eles se tornem companhia aberta eles terão de tratar isso de modo diferente. Daqui a um ano estaremos falando em como o FB teve de se ajustar para ser uma empresa pública”, disse.

Moglen acredita que o movimento contrário ao Facebook deve ganhar força e acabará perdendo espaço para a concorrência, especialmente se o usuário perceber que poderá ter maior controle e sigilo de suas informações. Na Europa, já existe um movimento que caminha em direção à mudança de regulação para garantir maior privacidade nas redes sociais. Este movimento foi iniciado após uma campanha de três anos liderada por um estudante de direito da Áustria, Max Schrems, que exige que haja regulação que obrigue o FB a deletar todas as informações que possui de seu banco de dados caso o usuário assim o deseje.

O próprio Max Schrems exigiu na Justiça que o FB o entregasse todos os dados que tinha sobre ele. O resultado foi um documento composto por 1.222 páginas, contendo inclusive dados que ele já havia apagado de seu perfil na rede social. “Quando falo que em até 120 meses o Facebook não existirá mais, estou falando literalmente a verdade. Do ponto de vista tecnológico, o Facebook será substituído”, garante Moglen.

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