O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), visto como
um obstáculo pelos setores do governo e do PT à reeleição da presidente Dilma
Rousseff, terá, a partir de quinta-feira e nos dias 13,16 e 18, sua imagem e
fala bombardeadas em horário nobre nas TVs e rádios de lares do Brasil inteiro
como alternativa real ao Planalto em 2014. Serão 10 inserções de 30 segundos
diárias, no horário reservado ao PSB, onde o aliado repisa o slogan “é possível
fazer mais”, e mostra, de forma contundente, fragilidades do governo Dilma nas
áreas estratégicas como educação, segurança e infraestrutura.
Eduardo Campos bota o dedo em feridas. Desmonta o mito da
presidente boa gestora, que depende do ex-presidente Lula para decidir os rumos
do governo e, principalmente, sua falta de capacidade de dialogar com os
aliados. Além dessas inserções, que somarão cinco minutos de aparição diárias,
ele deverá ser a estrela do programa semestral do PSB, de 10 minutos, que será
veiculado no dia 25 de abril.
Ele deixou para o último programa as críticas mais pesadas à
condução econômica do governo Dilma. Dá o troco, por exemplo, na questão da
disputa pela federalização do Porto de Suape, através da medida provisória (MP)
595, que ele diz estar sendo imposta aos governadores sem negociação e diálogo.
“Quem governa precisa saber decidir, mas não pode ser o dono
da verdade. Como aliado do governo, temos o dever de propor, participar,
apoiar, criticar até quando necessário, mas sempre com um objetivo: de fazer o
país avançar. A hora é de resgatar a confiança na nossa economia e ter foco no
consumo, mas principalmente na produção. A hora é de fazer o Brasil crescer e
ganhar 2013”, dirá Eduardo Campos, que trava duro embate com o governo contra a
MP do marco regulatório dos Portos.
Em outra inserção, o governador de Pernambuco é apresentado
como o de melhor avaliação no país – 93% de aprovação entre os pernambucanos. O
locutor, com imagens sobre o tema, aborda problemas de infraestrutura do
governo Dilma. Diz que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do
mundo, mas falta infraestrutura para estocar e transportar a produção. E
critica o uso de termelétricas para fugir dos apagões e resolver um problema de
falta de investimentos em geração de energia. “Temos a matriz energética mais
limpa do planeta, mas gastamos R$ 400 milhões por mês para manter
termoelétricas poluidoras”, diz.
É a deixa para Eduardo Campos aparecer mostrando que, como
aliado, ajudou muito o governo em suas conquistas, mas que é preciso fazer
mais. “Temos um país que nos estimula, pelas conquistas e vitórias que ajudamos
a construir. Mas dentro dele tem um país que nos pede para fazer muito mais.”
Em todas as falas Eduardo Campos diz que o PSB está
mostrando que dá para usar melhor o dinheiro público, que é possível fazer
mais, planejando com a participação do povo, usando modernas ferramentas de
gestão, dando um passo adiante. “O partido socialista brasileiro tem o
governador mais bem avaliado do Brasil: 93% dos pernambucanos aprovam o seu
governo, porque tem participação popular, planejamento, metas, controle de
gestão e, principalmente, resultado. Isto é Eduardo Campos, governador de
Pernambuco. Isto é PSB”, diz o locutor dos programas.
Os filmetes foram apresentado pelo secretário geral do PSB,
Carlos Siqueira, que disse ser “inconcebível” e “inaceitável” a suposta
espionagem da Abin em reuniões do governador Eduardo Campos com sindicalistas
do Porto de Suape.
“Essa coisa de espionagem cheira muito mal”, disse Siqueira,
declarando, entretanto, que o PSB e Eduardo Campos estão preparados para
eventuais ataques caso se confirme sua candidatura a presidente em 2014.
“Ninguém pode entrar num projeto desses sem se preparar. Tem
que saber que você pode receber crítica, elogios. É um embate. Num embate
muitas coisas podem acontecer e devemos estar preparados para responder á
altura. E repudiar totalmente essa coisa de espionagem, de utilização da
máquina do estado contra possíveis adversários. Porque isso é absolutamente
inaceitável”, disse Carlos Siqueira.
Do Blog da Folha
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