EMOÇÃO NO GUIA ELEITORAL - Na despedida da propaganda eleitoral, no
último guia de TV quarta-feira passada, os candidatos a governador Paulo Câmara
(PSB) e Armando Monteiro (PTB) recorreram a estratégias que já eram esperadas,
mas igualmente compreensíveis e acertadas. O socialista se apresentou com a
missão de dar continuidade à obra de Eduardo.
Armando, por sua vez, recorreu à
necessidade de o Estado ter um governador aliado com o chefe da Nação, no caso
a presidente Dilma, que fez uma fala para o programa pedindo voto aos
pernambucanos para o 14, número do trabalhista. Armando usou ainda uma fala de
Lula, eleitor extremamente influente no Estado.
Dos dois programas, entretanto, o
de Câmara conseguiu passar muito mais emoção, até porque tinha um ingrediente
necessário: a comoção que tomou conta do Estado com a morte do ex-governador
Eduardo Campos. Foi usada uma fala de Eduardo e também uma do seu provável
herdeiro político, João Campos.
O programa foi encerrado num
cenário de muita emoção em um ato da chapa majoritária com a família de Eduardo
– a viúva Renata e os filhos – ao som da música “Madeira do Rosarinho”, de
Ariano Suassuna, que embalou as duas eleições de Eduardo para governador, em
2006 e 2010.
Armando e Câmara chegam à reta
final numa disputa bastante acirrada, que radicalizou mais ainda depois da
morte de Eduardo. O socialista, que começou com apenas 8% nas pesquisas, é
apontado como o favorito, tendo colocado uma média de oito a dez pontos
percentuais de vantagem.
No campo da oposição, Armando
chegou a largar com 32 pontos de frente, mas não contava com a tragédia que
abalou o Estado e a partir daí foi perdendo aderência, ficando sem poder de
recuperar a dianteira nas pesquisas. Há quem diga que a morte de Eduardo
resolveu a eleição no Estado em favor de Câmara.
Mas com Eduardo vivo, o cenário,
certamente, não seria diferente. O ex-governador já vinha de uma eleição bem
sucedida no Recife, puxando Geraldo Júlio, montou em torno de Câmara a mais
ampla aliança que se tem notícia no Estado (21 partidos) e a campanha seria
focada em cima do seu governo, bem avaliado, que lhe conferiu, por vários anos
seguidos, o primeiro lugar no ranking nacional dos governadores.
MANIPULAÇÃO – O candidato a senador pelo PT, João Paulo, ficou uma
arara com os números do Instituto Nassau apontando o seu adversário, o
ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), abrindo uma frente de seis pontos.
Para o petista, que no Datafolha abre sete pontos à frente de Fernando, a
pesquisa da Nassau tem resquícios de manipulação.
O FATOR ABSTENÇÃO – O professor Antônio Lavareda se rendeu, enfim,
a tese do marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, de que o fator abstenção
muda o resultado das eleições. Há três eleições seguidas, Teixeira previu e
acertou em cheio as reviravoltas dadas pelo grande número de eleitores que
deixam de exercitar a sua cidadania.
CAPACIDADE – A queda de Marina não decorre só das críticas do PT e
do PSDB. Analistas políticos afirmam que ela caiu (10 pontos em 30 dias) pela
falta de um discurso para a maioria. A “nova política' e o “BC independente'
são música para as elites. Mas o eleitor quer compromissos com a inflação zero,
melhoria dos serviços públicos e do poder de compra. Esse discurso, avaliam,
criaria a imagem de que ela tem capacidade de governar.
VAI CONSEGUIR? – Aécio tem duas tarefas gigantescas para tentar
superar Marina. Um de seus aliados estratégicos avalia que ele tem, no mínimo,
que chegar em primeiro em Minas e ficar em segundo em São Paulo. Em Minas,
Marina cai, a presidente Dilma sobe e Aécio permanece estável nas pesquisas. Em
São Paulo, Aécio está subindo, mas continua na terceira fila, a sete pontos de
Marina e Dilma, informa Ilimar Franco, de Brasília.
PROCESSOS
Na última semana da propaganda eleitoral, vale tudo:
nas inserções de 30 segundos, que atingem um eleitorado muito maior do que no
guia eleitoral, porque entram no horário nobre, a Frente Popular bombardeia a
candidatura de João Paulo ao Senado lembrando que ele responde a 18 processos
na justiça, dois quais dois no Supremo Tribunal Federal.
CURTAS
EM CARUARU – O governador João Lyra Neto vota em Caruaru neste
domingo às 11 horas no colégio municipal Álvaro Lins, acompanha a filha Raquel
Lyra votando e depois regressa ao Recife para acompanhar a apuração no QG
central da Frente Popular.
QUADRO – Em Pernambuco, votam no próximo 6.356.307 eleitores. O
maior colégio eleitoral é o Recife com 1,6 milhão de eleitores. Já o menor é
Ingazeira, a 340 km do Recife, com 3.757 eleitores. Na Região Metropolitana se
concentram 42% do eleitorado.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Por que só a Nassau diverge nos números para
o Senado?
'O que ama a instrução ama o conhecimento, mas o que odeia a repreensão
é estúpido'. (Provérbios 12-1)
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