Foto: Renan Holanda / G1 |
Paulo Câmara chega a hotel de Boa
Viagem para entrevista coletiva onde vai comentar resultado da eleição
Paulo Câmara, do PSB, foi eleito
neste domingo (5) para ser o governador de Pernambuco nos próximos quatro anos.
Apuradas 82% das urnas no estado, o socialista apareceu com 67,71% votos
válidos. O senador Armando Monteiro (PTB) aparece em segundo lugar, com 31,46%.
Com a vitória, o PSB segue no
comando do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. A gestão
de Câmara será a terceira seguida do partido, que saiu vitorioso nas eleições
de 2006 e 2010, com Eduardo Campos. O vice João Lyra Neto completou o mandato a
partir de abril, quando Campos deixou o cargo para se dedicar a sua campanha
para presidente. Lyra era do PDT, mas acabou indo para o PSB em 2013.
Recifense, Paulo Câmara tem 42
anos e é formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco. Na mesma
instituição, tornou-se especialista em Contabilidade e Controladoria
Governamental e mestre em Gestão Pública. Auditor concursado do Tribunal de Contas
do Estado (TCE-PE), entrou para o governo estadual em 2007, como secretário de
Administração. Em 2010, assumiu a secretaria de Turismo e, em janeiro do ano
seguinte, a da Fazenda. Nesta última pasta, ficou até o início de 2014, quando
foi indicado pelo partido para concorrer às eleições.
O ex-governador Eduardo Campos
conduziu pessoalmente o processo de escolha do postulante ao governo. Câmara
acabou sendo o selecionado em detrimento a outros quadros tradicionais do
partido, como Danilo Cabral, Tadeu Alencar e Sileno Guedes - este último, atual
presidente estadual do PSB. O ex-petista Maurício Rands, que coordenou o
programa de governo da campanha de Marina Silva, também chegou a ser cogitado
nos bastidores.
Campanha
Inicialmente desconhecido pelo eleitorado
pernambucano, Paulo Câmara iniciou a corrida pelo Palácio do Campo das
Princesas em baixa nas pesquisas de intenção de voto. No levantamento publicado
pelo Datafolha em 15 de agosto, por exemplo, ele tinha 13%, contra 47% de
Armando Monteiro (PTB). Parte deste desempenho do socialista se devia ao fato
de que poucos eleitores sabiam que ele foi o candidato indicado pelo
ex-governador Eduardo Campos.
Com o início do guia eleitoral e
a intensificação das agendas de rua, Câmara foi ganhando espaço aos poucos. Por
conta da ampla coligação costurada por Eduardo Campos, composta por 21
partidos, o candidato teve direito a mais de 10 minutos para apresentar suas
propostas na TV e no rádio. O concorrente do PTB teve menos da metade do tempo.
Ao passo que foi se tornando mais conhecido, Paulo Câmara foi subindo nas
pesquisas: no início de setembro, já aparecia empatado com Armando Monteiro.
O socialista se apresentou ao
longo da campanha como um quadro técnico que teve atuação destacada ao longo da
gestão do PSB entre 2007 e 2014. Em muitos debates, disse ter sido o secretário
que aumentou a capacidade de investimento do governo, "transformando gasto
ruim em receita boa".
Passado o clima de comoção que
tomou a campanha com a morte de Eduardo Campos, a família do ex-governador
passou a ter uma participação mais ativa nas agendas de Câmara. Primeiro, o
filho homem mais velho, João Campos, acompanhou a Frente Popular em vários atos
no interior do estado. Na sequência, a viúva Renata e os outros filhos também
subiram ao palanque. Na semana final de campanha, a família completa, com
exceção do bebê Miguel, figurou ao lado de Paulo Câmara em comícios na área
central do Recife..
Propostas
Apesar de o plano de governo da
candidatura só ter sido lançado a poucos dias das eleições, Paulo Câmara
aproveitou as entrevistas na imprensa e o amplo espaço no guia eleitoral para
divulgar suas propostas. Uma das principais delas, e talvez a que mais recebeu
críticas dos adversários, foi a de dobrar o salário dos professores da rede
estadual dentro de quatro anos. Também no campo da educação, prometeu
universalizar as oportunidades nas escolas em tempo integral.
Durante a campanha, o postulante
do PSB ainda atribuiu ao governo federal o atraso em algumas obras de
mobilidade no estado, como o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe e o
Arco Metropolitano. A estratégia foi utilizada por conta da polarização com Armando
Monteiro, candidato apoiado pelo PT.
Na saúde, assim como o
ex-governador Eduardo Campos, Paulo Câmara também fez promessas de construir
novos hospitais, como o Geral de Cirurgias, no Grande Recife, e o Geral do
Sertão, em Serra Talhada. Na mesma área, propôs a construção de mais seis
UPAEs, voltadas para o atendimento especializado.
Confira votação dos candidatos
com 92% das urnas apuradas:
Paulo Câmara (PSB) -- 69,09%
Armando Monteiro (PTB) -- 31,06%
Zé Gomes (PSOL) -- 0,63%
Jair Pedro (PSTU) -- 0,12%
Miguel Anacleto (PCB) -- 0,07%
Pantaleão (PCO) -- 0,04%
Do G1
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