O nome do italiano Guglielmo Marconi aparece como o inventor do rádio, mas antes dele, dizem os radioamadores, o padre Landell já teria feito uma transmissão em São Paulo.
Esta sexta-feira (21) é um dia especial para os radioamadores brasileiros. O repórter Roberto Paiva explica por quê.
O vocabulário parece estranho. Mas, para o radioamador, cada letra faz muito sentido: TKS significa obrigado. QSL, entendido. E assim eles vão fazendo amizades e prestando ajuda mundo afora.
Tão importante quanto fazer um novo contato, é conseguir comprovar que ele realmente existiu. Por isso, depois de uma conversa, os radioamadores aguardam a chegada de cartões que são enviados de várias regiões do mundo. Quanto mais desconhecido o país, mais raro é o cartão.
“Essa é a nossa confirmação e o nosso troféu. Porque existem figurinhas que são disputadíssimas”, contou o presidente da Liga de Radioamadores de SP Aramir Lourenço.
Orlando custou a acreditar quando soube que tinha conversado pelo rádio com um rei. “No cartão veio: Hussein, endereço: o Palácio, Jordânia”, lembrou.
Nesta sexta-feira (21), os 36 mil radioamadores do país passaram o dia lembrando os 150 anos de nascimento do patrono deles, o padre e cientista brasileiro Roberto Landell de Moura.
Eles querem corrigir o que seria uma injustiça histórica. O nome do italiano Guglielmo Marconi aparece como o inventor do rádio, mas antes dele, dizem os radioamadores, o padre Landell já teria feito uma transmissão em São Paulo.
“Na realidade, foi o padre Landel que fez a primeira transmissão da voz humana à distância sem fio. De Santana até a Avenida Paulista”, explicou um deles.
Para lembrar o nascimento do padre cientista, os Correios colocaram nesta sexta em circulação um selo comemorativo. Afinal, mesmo depois de tanto tempo, o rádio ainda é um equipamento insubstituível, por exemplo, em uma empresa de táxi, na hora de oferecer uma corrida.
“Todos sabem a mesma informação no mesmo momento, então quem estiver mais próximo já se prontifica a atender”, disse o empresário Ricardo Auriema.
“É o meu ganha-pão, a minha ferramenta de trabalho. Facilita e facilita muito. Ajuda e ajuda demais”, afirmou o um taxista.
O trabalho dos radioamadores foi importantíssimo em várias tragédias, como no desmoronamento do Morro do Bumba, em Niterói, no ano passado, na queda do avião da Gol, em outubro de 2005, e nas enchentes na Região Serrana do Rio, na semana passada. A atuação deles é uma tradição, nesses momentos.
Fonte: G1.com
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