segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Legistas deflagram "Operação Legal"

JULIANA ARETAKIS   
Às vésperas da chegada do Carnaval e poucos dias depois de sucessivos desentendimentos com o Governo do Estado, a Associação Pernambucana de Médicos Legistas (Apemol) realiza hoje, uma mobilização no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, Recife. A chamada “Operação Legal” não irá paralisar os serviços, mas objetiva alertar a população e o Governo sobre as condições precárias do IML, especialmente no período pré-carnavalesco, quando a demanda é elevada no local. Entre as principais reivindicações do grupo estão a revisão salarial e a autonomia administrativa para o IML.
 
Logo na manhã de hoje, o setor de traumatologia atenderá apenas os casos de urgência, os chamados exames flagrantes. Os demais serviços estarão suspensos. Nas necropsias os serviços devem acontecer seguindo um maior rigor técnico. As cerca de 25 perícias realizadas diariamente devem cair para 15. “A maioria das perícias necessitam de exames complementares e nós não temos uma sala adequada para isso. Muitas vezes fazemos o processo de forma mais corrida para atender a demanda, mas iremos desacelerar esse ritmo”, disse o presidente da Apemol, Carlos Medeiros.
Outro ponto denunciado pela categoria é o número reduzido de legistas. Em alguns plantões são somados apenas três médicos, quando o ideal, de acordo com a Apemol, são oito plantonistas. A mobilização de hoje foi acatada na última quinta-feira, quando uma reunião entre a categoria e o Governo do Estado foi cancelada de última hora. De acordo com a classe, os médicos não registram um aumento salarial há cerca de três anos. “Nós pedimos a revisão ano passado, mas por causa do período eleitoral a reunião foi adiada para esse primeiro semestre, mas até agora não recebemos nenhuma proposta salarial”, comentou Medeiros.
Para a noite de hoje está prevista uma nova assembleia para avaliar o movimento. Porém, de acordo com a Apemol, não haverá a paralisação total dos serviços durante o período carnavalesco. “Nós nunca faremos essa paralisação, mas dada a precariedade das condições de trabalho e o número reduzido de plantonistas estamos preocupados em não dar conta dessa demanda, que aumenta durante o Carnaval, já que não estamos preparados”, disse Medeiros. Sobre a autonomia administrativa do IML, a Apemol reivindica planos para o órgão, gerido pela Polícia Civil.
O gestor de Polícia Científica do Estado, Francisco Sarmento, informou que já foi iniciada uma negociação com a categoria. Sarmento acrescentou que irá se empenhar junto à SDS e a Secretaria de Administração para que seja marcada uma reunião nos próximos dias entre o Governo e a categoria para discutir a pauta de reivindicação.

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