Em menos de 15 dias, um buraco que apenas incomodava motoristas na BR-232 converteu-se em cratera capaz de quebrar motores desavisados. A depressão de 20 centímetros de profundidade fica no quilômetro 76 da rodovia, trecho que corta o município de Gravatá, entrada do Agreste do Estado. Sem placa que antecipe o perigo para quem trafega rumo ao interior, os acidentes multiplicaram-se na última semana, sem que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) tomasse providências.
Somente na última quinta-feira, cinco veículos pereceram ao topar com o buraco na mesma manhã. A apenas três quilômetros de um posto de policiamento rodoviário, não havia sombra de sinalização ou da presença de um patrulheiro para orientar os condutores. Naquele dia, o reboque foi a única solução para o químico Elson Cicolli, 68 anos, alcançar a vizinha cidade de Bezerros com seu Astra.
“Quando vemos, o buraco já está em cima. Não pude desviar porque outro veículo me ultrapassava pela esquerda”, lamentou Elson, que saíra de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, para comprar no Agreste matéria-prima para a empresa em que trabalha. Como viaja constantemente à região, constatou que a cratera aumentou em poucos dias. “Já tinha visto o buraco antes, mas era muito menor. Recentemente, comecei a ver muitas peças de carro espalhadas pela área”, conta ele, que teve o motor do automóvel danificado.
Obrigado a parar no acostamento, o químico presenciou outros quatro acidentes semelhantes ao que acabara de sofrer. Em um dos automóveis estava a hoteleira Luciana Cavalcanti, 32, que se deslocava do Recife a um hotel em Gravatá. Novamente, um outro veículo que fechava a faixa da direita impediu a reação diante do obstáculo.
“Se eu tentasse puxar o carro para o lado direito, ou bateria nos outros que estavam encostados ou correria o risco de cair numa ribanceira. Esse local, é um reta, um ponto de velocidade, não temos como frear em cima da hora”, reclama a motorista, que também precisou rebocar o veículo.
Inconformada com a escassez de fiscalização naquele ponto, ela tomou a iniciativa de convocar policiais rodoviários para tentar evitar um acidente mais grave. Mas antes de os patrulheiros chegarem, uma Kombi foi a última a cair na armadilha do quilômetro 76.
Ao saber do problema por meio da reportagem do JC, a assessoria de comunicação do DER relatou o caso ao diretor executivo do órgão, Henrique Lorena, na última quinta-feira. Ele garantiu que entraria em contato com a construtora responsável pela manutenção da estrada, no intuito de iniciar o reparo de imediato.
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