domingo, 20 de março de 2011

Explicando a crise na Líbia


Mergulhada em uma guerra civil, a Líbia é hoje uma nação dividida entre as forças leais ao ditador Muammar Gaddafi e a oposição, que domina o leste do país e pede por democracia. Há mais de quatro décadas no poder, Gaddafi resiste ao movimento que pretende por fim ao seu regime autoritário.
A repressão aos manifestantes e a contraofensiva (para recuperar cidades perdidas para os opositores) já deixou cerca de 6.000 mortos, segundo organizações de direitos humanos.
Diante da promessa de massacre aos rebeldes, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) autorizou na uma intervenção militar na Líbia para “proteger a população civil”, além de criar uma zona de exclusão aérea no país. Estão autorizados bombardeios aéreos, mas sem ocupação terrestre de tropas da coalizão.

O governo líbio prometeu um cessar-fogo imediato, mas as forças de Gaddafi continuam a atacar fortemente cidades rebeldes. Desta forma, a França começou os ataques contra as tropas de Gaddafi, ação seguida mais tarde pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Itália.

Como a crise começou?
Oprimidos por quatro décadas de regime autoritário, vivendo sob péssimas condições econômicas em um país rico em petróleo e inspirados nas revoluções que derrubaram as ditaduras da Tunísia e do Egito, cidadãos líbios foram às ruas da Líbia a partir do dia 15 de fevereiro.
O movimento rapidamente ganhou força no leste do país, e a cidade de Benghazi (a segunda maior) se tornou o epicentro dos protestos..
O avanço da oposição    
                                                     

No dia 25 de fevereiro, Muammar Gaddafi apareceu em público e se disse disposto a morrer lutando. O filho do ditador, Saif al Gaddafi, alertou para o perigo de uma guerra civil e disse que “rios de sangue correriam caso os protestos continuassem”.

A partir do dia 20 de fevereiro, militares abandonam em massa o regime e vários diplomatas líbios deixam seus postos no exterior. O embaixador da Líbia na ONU pede que a comunidade internacional salvasse o país.
A oposição avançou e passou a controlar Benghazi, Tobrouk, Misrata e outras cidades do leste. Os líderes rebeldes fundam um conselho para a transição, já reconhecido como governo provisório pela França.

A ditadura contra-ataca

Gaddafi lançou uma contraofensiva no leste, bombardeando Benghazi. O avanço da oposição na cidade de Zawyia, a 50 km de Trípoli, provocou um massacre. Segundo organizações de direitos humanos, os mortos pela repressão podem chegar a 6.000.
Enfraquecido, Gaddafi passou a contratar mercenários no norte da África. A crise na Líbia também provocou um êxodo no país. Ainda assim, Gaddafi recuperou as cidades de Zawyia, em 4 e 5 de março, e Ras Lanuf, nos dias 8 e 9.
Segundo a ONU, mais de 150 mil pessoas fugiram do conflito, entre eles cerca de “500 brasileiros” que viviam no país.
O mundo reage

A comunidade internacional condenou rapidamente a repressão sangrenta na Líbia. Os EUA anunciaram sanções ao regime no dia 25 de fevereiro. A ONU, que suspendeu a Líbia de seu Conselho de Direitos Humanos, e a União Europeia também anunciaram medidas contra a ditadura de Gaddafi nos dias seguintes. A Suíça congelou os investimentos da família no país.
A ONU também autorizou procuradores do Tribunal Penal Internacional a investigar crimes de guerra cometidos Gaddafi durante a repressão aos rebeldes. No dia 4 de março, a Interpol (polícia internacional) lançou um alerta internacional contra o líder líbio e 15 colaboradores.
O Brasil também condenou a repressão na Líbia.

POR DIEGO FELIPE

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Um comentário:

Anônimo disse...

É MUITO BOM SABER O PORQUE DOS FATOS PARABENS.

ASS:FELIPE BELA VISTA