sábado, 2 de abril de 2011

Bibliotecas ressurgem das cinzas no Agreste

 
Desenvolvido pela ONG Bagulhadores do Mió, em parceria com as Prefeituras de Caruaru, Altinho e Agrestina, o Escola Leitora ampliou número de empréstimos de livros e mudou vida de adolescentes
 
Pedro Romero
promero@jc.com.br
 
Projeto de incentivo à leitura tem mudado a cara das bibliotecas em escolas municipais de Caruaru, Agrestina e Altinho, no Agreste. Se antes esses espaços ficavam praticamente abandonados, hoje ganham vida com crianças e adolescentes. Desenvolvido pela ONG Bagulhadores do Mió, em parceria com as prefeituras, o Escola Leitora fez aumentar o número de empréstimos de livros nas escolas onde foi implantado.
 
O projeto teve início em 2007, tendo Caruaru como cidade-piloto. O município conta com 26 escolas envolvidas e milhares de estudantes. De acordo com a coordenadora da ONG, Ana Maria Escurra, o objetivo é formar leitores.
 
A mudança começa pela melhoria da infraestrutura, com oferta de mesas e cadeiras e capacitação permanente dos professores. “A organização do acervo é feita por um método desenvolvido pelo Centro de Cultura Luiz Freire e permite o acesso fácil aos livros, por meio de cores indicativas.”
 
Com acervo ampliado, professores capacitados e espaços convidativos, com tapete e almofadas, as bibliotecas vão se tornando atrativas. Na Escola Luiz Pessoa, no bairro Santa Rosa, em Caruaru, antes da iniciativa eram emprestados 2.300 livros por ano. Depois do projeto, passou para 1.100 por mês.
 
Segundo Cida Fernandes, uma das técnicas do Centro Luiz Freire e responsável pela última capacitação, os professores desenvolveram nas oficinas temas como mitos e lendas. “Eles trabalharam livros e histórias onde os personagens mostram nossa diversidade racial.”
 
As novidades conquistaram as crianças e levaram à criação de brigadas leitoras, com grupos de 15 a 25 alunos. Agrício Anderson Rufino, 12 anos, aluno do 8º ano do ensino fundamental na Escola Luiz Pessoa, é um deles. “Leio para outras crianças. Também levo livros para casa e leio para meus irmãos, de 3 e 9 anos.”
 
Ana Luiza de Lima Silva, 12, da mesma série e escola, também participa do projeto e diz que agora está lendo mais. “É ótimo porque a gente aprende e ensina ao mesmo tempo. Leio quatro ou cinco livros por mês. Prefiro poesia e contos.”

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