O Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais vai começar a ser testado no Nordeste nos próximos meses, durante o período de chuvas, que vai de abril a agosto. Em 2010, a região foi uma das mais atingidas por chuvas e inundações, com a morte de cerca de 50 pessoas.
“Vamos fazer um teste durante as chuvas no litoral leste do Nordeste”, anunciou hoje (13) o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre.
A primeira versão do sistema só será lançada oficialmente em novembro, com informações completas para emitir alertas de desastres para pelo menos 25 municípios com áreas de risco mapeadas. A meta do governo é que, em quatro anos, os alertas funcionem em todo o país.
A partir de informações meteorológicas e do mapeamento detalhado das áreas com riscos de deslizamentos e inundações, o sistema será capaz de prever os desastres com pelo menos duas horas de antecedência.
“O sistema tem modelos matemáticos que ligam informação da chuva com a informação do risco. No caso do deslizamento, liga a taxa de precipitação por hora com a quantidade crítica de água que faz o solo deslizar. Com isso, é possível fazer previsões de curto prazo, entre duas e seis horas, o que, para evacuar uma área e salvar pessoas, é um prazo razoável”, explicou Nobre.
Na tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, por exemplo, um sistema como esse poderia ter fornecido um alerta para a Defesa Civil horas antes dos deslizamentos de terra. “O sistema é todo feito para a Defesa Civil, vai direcionar muito melhor o trabalho das equipes. Vamos ter as ferramentas e as informações para reduzir o número de vítimas fatais em 80% ou 90%”, avaliou o secretário.
O principal gargalo para colocar o sistema de alerta em funcionamento, segundo Nobre, é a falta de municípios com mapeamento detalhado de riscos e falhas na cobertura meteorológica em algumas regiões do Brasil.
Nobre, que é um dos climatologistas mais importantes do país, disse que os eventos climáticos extremos estão acontecendo com frequência cada vez maior e esse quadro reforça a necessidade de garantir sistemas de alerta eficientes e de alcance nacional. “As inundações, ventanias, chuvas extremas e outros desastres estão aumentando. E esse fenômeno veio para ficar, não devemos esperar nenhuma regressão na severidade dos desastres”.
Da Agência Brasil
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