A COLIGAÇÃO-PARTE 2
Avizinhava-se a eleição de vereadores e juízes de paz, naturalmente a mais importante para os partidos que disputavam o mando político nos municípios.
Fora a VICTÓRIA sempre um reduto forte do PARTIDO CONSERVADOR, o qual, em junho de 1880, contava com a maioria na câmara municipal e a totalidade dos juízes de paz.
Dispunha o governo LIBERAL-“LEÃO” apenas dos cargos policiais, de sua livre nomeação.
Hostilizados pelos “LEÕES”, senhores da situação na província, era natural que os liberais “DEMOCRATAS” se aliassem aos conservadores para disputarem as eleições municipais na VITÓRIA.
Coligados, seriam invencíveis nas urnas.
Era o partido conservador chefiado, no município, pelo MAJOR MANOEL CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE SÁ, conhecido por “MAJOR LINS”, senhor do ENGENHO CAMPO ALEGRE, respeitado e acatado como cidadão probo, moderado e de sentimentos nobres.
Firmada a aliança, passaram os coligados a trabalhar intensamente, promovendo reuniões e passeatas na cidade pra despertar e manter o entusiasmo popular.
Por seu turno, os “LEÕES” decidiram lançar mão de todos os meios, mesmo ilícitos, no sentido de, perturbando a ordem, prejudicarem a realização do pleito e evitarem a derrota.
Por não concordar com as ordens dos LEÕES o Tte. INÁCIO IDELFONSO DO AMARAL, foi substituído pelo CAPITÃO DE POLICIA URSULINO TORREÃO, acumulando ainda a 2ª suplência da delegacia policial.
Um reforço de 25 soldados foi logo enviado para vitória.
Moradores dos ENGENHOS CANHA e GAMELEIRA, pertencentes a LIBERAIS “LEÕES”, foram armados para secundar a ação da policia.
O Dr. NICOLAU RODRIGUES DA CUNHA LIMA arquitetou o plano para impedir que os chefes e os eleitores da coligação CONSERVADORA-LIBERAL “DEMOCRATA” tivessem acesso à IGREJA DO ROSÁRIO, que servia de MATRIZ provisória, local da eleição, no dia 28 de junho, quando ali se deviam organizar as mesas paroquiais.
Haviam os coligados marcado uma grande passeata para a tarde de 27 de junho. Deviam entrar na cidade em três grupos, tendo à frente os seus chefes:
Dr. Ambrósio Machado-1 |
Um formado pelos eleitores da zona sul, encabeçado pelo Dr. AMBRÓSIO MACHADO e por diversos senhores de engenho, que teria acesso à cidade pela estrada da LADEIRA DE PEDRAS, a qual atingia o subúrbio do JENIPAPO, por onde chagaria ao PÁTIO DA MATRIZ, por um beco situado ao lado direito desta, o BECO DO ROSÁRIO;
O outro, constituído pelos eleitores dos engenhos situados a sudoeste, cujo vulto de maior destaque era o CORONEL JOÃO CORREIA DE QUEIROZ MONTEIRO, senhor de vários engenhos;
Francisco da Cunha Beltrão-2 |
O terceiro, congregando eleitores dos engenhos e propriedades das zonas norte e nordeste, chefiado pelos irmãos PEDRO E FRANCISCO DA CUNHA BELTRÃO e pelo Alferes ALEXANDRE JOSÉ MARIA DE HOLANDA CAVALCANTI.
Haviam os coligados programado um desfile partindo do pátio da MATRIZ até o dos CURRAIS(onde hoje é a Praça PADRE FÉLIX BARRETO-no LIVRAMENTO), com banda de música e bandeiras desfraldadas, após o que buscariam aposento nos hotéis e em casas de parentes e amigos, devendo, no dia seguinte reunir-se na igreja do rosário a fim de organizarem as mesas paroquiais, na forma da lei.
Era o ambiente extremamente tenso e explosivo na cidade da VITÓRIA e disso tinha pleno conhecimento o Governo da Província.
CONTINUA...
REVEJA A PRIMEIRA PARTE Aqui
TEXTO ORIUNDO DO LIVRO HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE, VOLUME 2-DO PROFESSOR JOSÉ ARAGÃO.
FOTOS 1e 2- digitalizaçao.fundaj.gov.br
POSTADO POR JOHNNY RETAMERO
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