PRESIDENTE DO BRASIL-PARTE 3
Campos Salles |
Leal tanto para os amigos e correlegionários quanto para os adversários, como uma vez mais provaria ao assumir, de 19 de outubro a 11 de novembro de 1900, a Presidência da República, substituindo Campos Salles que fora retribuir a visita do presidente Júlio Roca, da Argentina. Os inimigos de Campos Salles quiseram aproveitar a ocasião, mas, como salienta Barbosa Lima Sobrinho, "o interesse dos amigos ou dos correligionários nunca seria bastante, para que Rosa e Silva esquecesse ou desprezasse os deveres de homem público, diante de seus pares ou da coletividade". "Não era um faccioso" - continua Barbosa Lima Sobrinho - "mas um homem público, na mais alta e mais digna significação do termo". Regressando ao Brasil e reassumindo a Presidência, Campos Salles soube reconhecer a nobreza com que Rosa e Silva se conduziu na sua ausência.
SENADOR
Eleito senador, para o período 1902-1911, Rosa e Silva voltou a destacar-se nos debates parlamentares, não como um retórico vulgar, mas, como orador incisivo na crítica, embora sóbrio. "Seus discursos" - recorda Barbosa Lima Sobrinho - "sempre foram oportunos, convenientes, sóbrios e precisos. Não exagerava nem os adjetivos, nem na descrição dos fatos.
Era exato na informação e na crítica". O ponto mais alto de sua atuação como Senador foi o substitutivo que apresentou, em 16 de junho de 1904, ao projeto de reforma eleitoral, pelo qual lutou ardorosamente até novembro, quando foi promulgada a Lei nº 1.269, de 15 de novembro do mesmo ano, que ficou conhecida como "Lei Rosa e Silva". Todos os comentaristas dos nossos sistemas eleitorais são unânimes no elogio a essa Lei, graças à qual, no dizer de Pedro Moacir, citado por Afonso Arinos de Melo Franco, "depois de 16 anos de República ouvia-se no velho recinto (da Câmara dos Deputados), pela primeira vez, a voz de deputados eleitos pela oposição". A "verdade eleitoral" sempre fora uma preocupação de Rosa e Silva, que já em 1893 afirmara: "Sou daqueles que preferem ser derrotados em uma eleição livre a vir para esta Câmara por meio de eleições fictícias".
Afonso Pena |
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