quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A GUERREIRA DA RESTAURAÇÃO PERNAMBUCANA


CLARA CAMARÃO


Clara Camarão - Índia brasileira nascida no início do século XVII, possivelmente da nação dos Potiguar, foi catequizada por padres jesuítas, na aldeia de Igapó / RN. 

Casou-se com o chefe da tribo Poti, catequizado como Antônio Felipe e junto a ele adotou o sobrenome Camarão – tradução exata do nome Poty. Ao lado do marido combateu contra os holandeses em Pernambuco, liderando um grupo de guerreiras.

"Armada de espada e broquel, montada a cavalo, foi vista nos conflitos mais arriscados (...) com admiração dos holandeses e aplausos dos nossos" – atuações como essas que foram decisivas na batalha ocorrida na cidade de Porto Calvo em 1637.

Este grupo de mulheres ficou conhecido como as Heroínas de Tejecupapo, pequena aldeia da zona da mata pernambucana, que foi palco de uma das batalhas ocorridas contra a dominação holandesa. 
Conta a História que os holandeses se encontravam sitiados em Olinda, sem ter o que comer e obrigados a avançar para o litoral. A primeira aldeia era Tejecupapo, onde viviam no máximo duzentas pessoas. 

Buscando deter os estrangeiros, todos os homens da aldeia fizeram uma barricada na estrada e por serem em número muito inferior, foram totalmente liquidados. Ao chegar na aldeia, eis que os holandeses encontram um grupo organizado de mulheres guerreiras lideradas por Clara Camarão e foram por elas derrotados. Pela primeira vez, uma mulher, e ainda por cima índia, era considerada heroína no Brasil. Por seus feitos corajosos, foi-lhe dado o direito de ser chamada de Dona e de receber o hábito de Cristo, junto com seu marido, concedido pelo rei Felipe IV.

FELIPE IV
As índias Isabel - catequizadas com o este nome (Isabel), em homenagem a rainha portuguesa.
D. ISABEL
Isabel vivia em São Paulo no século XVII e foi uma das primeiras índias alforriadas no Brasil, por isto seu nome ficou famoso. Seu senhor, a pedido da mãe, a libertou da escravidão desde que servisse eternamente a família. Apesar de viver em São Paulo, era uma índia baiana terminou sendo vítima da crueldade do seu senhor, o proprietário de engenho de açúcar, Fernão de Tavares Cabral de Taide.

Acusada pelo patrão e por sua senhora, Dona Margarida, de comentar os casos amorosos do casal, foi queimada viva, na frente de todos na vila, causando horror a sociedade baiana da época. O feitor ameaçava a qualquer um que interviesse de jogá-la na fornalha. 

O mesmo senhor foi denunciado à Inquisição, dentre outras coisas pela morte da escrava e teve um final trágico, o mesmo de sua vítima.

POR JOHNNY RETAMERO

3 comentários:

maria helena disse...

só não entendi o termo :" ainda por cima ìndia" qual o contexto? inferioridade, preconceito?
não há na sua divagação um certo ou certa influencia feminista? de que as mulheres são e de certa forma sempres discriminadas?
se sim é uma inverdade total.

Anônimo disse...

Maria Helena, pelo que eu entendi, o termo "ainda por cima índia", não trata-se de preconceito; se hoje ainda somos discriminadas, imagine uma "mulher e índia" em pleno século XVII! Esta era a realidade da época para uma região em conflito, numa época onde apenas os homens tinham vez e voz, onde as mulheres serviam, em "todos os sentidos", apenas aos "seus senhores"; é de se admirar uma "mulher guerreira e ainda por cima, índia". Os índios naquela época não tinham vez nem voz, eram tratados como bichos, tanto que os Jesuítas quando aqui chegaram, catequisaram os nativos (índios) e "domesticaram-os" como você pode encontrar em vários livros de história; a realidade era esta. Não entendi como inferioridade, machismo e/ou preconceito. Esta é uma visão real do que acontecia, só isso. E se formos analisar agora em nosso século XXI, apesar de nossas inúmeras conquistas, ainda sofremos preconceitos; quer seja na "sociedade" muitas vezes "hipócrita", quer seja no âmbito familiar ou profissional. Evoluímos muito, mas ainda precisamos evoluir muito mais. OBS: A época citada acima, era a das grandes invasões holandesas no litoral nordestino e em particular, Pernambuco, por causa do açúcar aqui produzido e por se tratar de uma especiaria muito apreciada na Europa. Espero ter-te ajudado! Walkíria Araújo.

maria helena disse...

Walkíria vc falou e disse pouca coisa:a visão de preconceito é sua ou de certos autores vem o mundo pela ótica sexualista: homem x mulher!
O que vc cham de preconceito? sabia que existiam Rainhas naquela época?
Sabia que a primeira chefe de estado da Américas foi a princesa Dona Isabel? cadê o preconceito?
as diferenças sempre existiram e vão existir.. e assim deve ser pela eternidade... ou vc quer ser igual a um homem?