Do
Blog do Torcedor
Num
jogo que fez muita justiça ao que Sport e Náutico fizeram em mais de cem anos
de confronto o time da Ilha do Retiro fez valer seu mando de campo ao fazer
4x3, no domingo (29), pela quinta rodada do Pernambucano Coca-Cola e subiu do
quarto para o terceiro lugar na tabela com 11 pontos. De quebra, manteve uma
invencibilidade de oito anos frente ao rival em jogos no Adelmar da Costa
Carvalho. O Náutico caiu para o segundo lugar com a vitória do Salgueiro sobre
o Serra Talhada por 1x0. O Carcará é o novo líder do Estadual.
Logo
no primeiro minuto, o meia Marcelinho Paraíba acertava uma cobrança de falta no
travessão. Era o indício do que estava por vir. O tripé de volantes no qual o
Náutico sustentava-se desde a Série B falhou clamorosamente, expôs a dupla de
zaga e acabou com a invencibilidade do goleiro Gideão em apenas seis minutos.
Naquele que teoricamente seria o lado mais fraco do Sport, o esquerdo, que
tinha um jogador não especialista, William Rocha, saiu o primeiro gol. Numa
triangulação, Marcelinho encontrou William Rocha livre na esquerda. Ele cruzou
a meia altura e Marlon rebateu para o meio da área. Roberson estava livre e
ainda teve tempo antes de ajeitar e chutar forte. A bola ainda bateu no goleiro
alvirrubro antes de entrar.
Atordoado
com o gol, o time visitante não conseguia encaixar sua marcação. Os dois meias,
Eduardo Ramos e Cascata jogavam muito adiantados e isolados. A dupla Elicarlos
e Souza recuada demais e apenas Derley para fazer a transição. Nesse mesmo
setor o Sport aparecia com Diogo, Marcelinho e Jheimy, sempre com a tarefa de
recompor.
Volante
Souza marcou o primeiro gol do Náutico. Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem
Essa
superioridade ficou flagrante na jogada do segundo gol, aos 11 minutos. Num
cruzamento da esquerda rebatido pela defesa alvirrubra, a bola sobrou para
Marcelinho Paraíba. Ele rolou para Diogo cruzar na cabeça de William Rocha, no
segundo pau. Ele mandou no canto oposto para fazer 2x0. O terceiro surgiu quase
instantaneamente, apenas dois minutos depois. Desordenado o Náutico partiu para
o ataque com quase todo time. A defesa leonina estourou para o ataque e
Marcelinho ganhou na corrida para Ronaldo Alves antes de rolar para Roberson
apenas empurrar para o gol.
Nem
mesmo o mais otimista torcedor do Sport esperava um placar tão dilatado num período
de tempo tão curto. Talvez nem mesmo os próprios jogadores. Assim, o time
rubro-negro optou por explorar mais os contra-ataques. Passou a marcar atrás do
círculo central. E mesmo com mais campo o Náutico ainda mostrou-se extremamente
desordenado. Muito disso pela falta das duas válvulas de escape de qualquer
time: as laterais. Tanto João Ananias quanto Jefferson não deram opção de jogo.
Com o meio congestionado, o jogo chegou a ficar mais truncado do que deveria.
De
insistir pelo meio, Siloé foi derrubado por Montoya bem perto da meia-lua.
Souza foi para a cobrança e bateu com perfeição, no ângulo direito de Magrão. A
redução do prejuízo alvirrubro não mudou o panorama da partida. O Náutico
continuou preso na marcação bem montada do Sport. E os donos da casa só
tentavam atacar na boa. Jogada digna de registro somente outra cobrança de
falta por Souza, aos 32, que passou raspando a trave esquerda.
Na
volta para ao segundo tempo, o técnico rubro-negro voltou com o lateral-direito
Renato no lugar de Jheimy. A alteração provocou mudanças nos três setores.
Renato e Thiaguinho renovaram entre a lateral e o meio e Marcelinho foi para o
ataque. Na teoria, os dois times estavam "espelhados" - ambos no
sistema 4-5-1.
Na
prática foi um pouco diferente. Sem a bola, todo time do Sport recuava para seu
campo de defesa, até mesmo o único atacante de ofício, Roberson. Mas quando
saía para o ataque, Renato, Thiaguinho e Marcelinho faziam companhia para o
camisa nove. O que faltou, de um lado e de outro, foi acertar o passe final.
Isso só poderia mudar com uma jogada de bola parada bem feita. E ela aconteceu
aos 15 minutos para o lado vermelho e preto. Marcelinho bateu escanteio e Tobi,
de voleio, chutou para a bola bater na trave e entrar.
Depois
do gol, Waldemar Lemos foi para o tudo ou nada. Acionou o jovem atacante Berger
no lugar do meia Eduardo Ramos. Já Mazola tirou Diogo e colocou Moacir.
Curiosamente foi depois do gol que o Sport adotou um posicionamento menos
cauteloso. Marcelinho e Roberson jogaram mais perto da área do Náutico e os
rubro-negros chegaram a dar espaço para contra-ataques do rival. Numa cobrança
de escanteio, Berger completou entre as pernas de Magrão mas Rivaldo estava
atento para salvar a poucos centímetros da linha fatal.
Aos
25 minutos, a situação vislumbrou-se complicada para o Sport. Montoya fez falta
em Siloé e levou o cartão amarelo. Como já fora advertido anteriormente
terminou expulso. Na sequência, o timbu conseguiu mais um gol, aos 29.
Jefferson cortou da lateral para o meio e de pé trocado acertou uma bomba.
Depois de brilhar, o lateral alvirrubrou literalmente apagou-se. Fez duas
faltas seguidas e tomou o segundo amarelo. Apenas cinco minutos depois do Sport
o Náutico também ficava com dez em campo.
Com
muito espaço e os jogadores mais desgastados o ritmo da partida caiu. Essa
situação favorece quem está se defendendo. Nesse caso foi o Sport, que manteve
sua barreira - Thiaguinho não partia mais quando o time tinha a posse de bola.
E numa jogada despretensiosa o Náutico chegou perto no placar. Lenon arriscou
de longe, a bola desviou na defesa do Sport e, mesmo não sendo tão forte,
entrou no canto direito, já que o goleiro Magrão estava adiantado.
Até
o apito final, o time dos Aflitos tocou a bola dentro do campo de defesa do
rival, que limitou-se a dar chutões para a frente e esperar o tempo se esgotar.
Ficha
do jogo
Sport:
Magrão; Thiaguinho, Montoya, Tobi e William Rocha; Hamilton, Rivaldo, Diogo
(Moacir) e Marcelinho Paraíba (Wagner Silva); Roberson e Jheimy (Renato).
Técnico: Mazola Júnior.
Náutico:
Gideão; João Ananias (Lenon), Ronaldo Alves, Marlon e Jefferson; Derley,
Elicarlos, Souza, Eduardo Ramos (Berger) e Cascata; Siloé. Técnico: Waldemar
Lemos.
Árbitro:
Gleydson Leite. Assistentes: Erich Bandeira e Alcides Lyra. Gols: Roberson, aos
seis; William Rocha, aos 11; Roberson, aos 13; Souza, aos 27 do primeiro. Tobi,
aos 15; Jefferson, aos 29; Lenon, aos 40 do segundo. Cartões amarelos: Dogo,
Marcelinho, Tobi, Elicarlos, Cascata e Derley. Expulsões: Montoya e Jefferson.
Público: 24.717. Renda: R$ 266.400.
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