Do O Globo
imagem: adcl1997.zip.net |
NOVA YORK— Estudo realizado por cientistas da Universidade
de Yale, nos Estados Unidos, diz que a hora do dia pode ser um fator de risco
importante para o organismo desenvolver uma infecção. A explicação seria a
alteração numa proteína essencial ao sistema imune e que sofre interferência do
relógio biológico do corpo.
A pesquisa, publicada na revista científica “Immunity”,
mostrrou o momento em que a infecção piora, e pode ajudar a desenvolver
medicamentos mais eficazes para reforçar as defesas das células.Plantas,
animais e mesmo bactérias passam por uma rotina diária de 24 horas, o ritmo
circadiano.
O jet lag, por exemplo, é o que acontece quando o corpo fica
fora de sincronia com o ambiente depois de cruzar fusos horários. E já se sabe
que ocorrem variações no sistema imune ao longo do dia.
O estudo americano tentou investigar mais detalhadamente
este fenômeno para melhorar a ação das defesas celulares. Então os cientistas
foram pesquisar uma das proteínas envolvidas no processo de detecção de
invasores, como o receptor nove (TLR9), capaz de reconhecer o DNA de bactérias
e vírus.
No laboratório, quando houve pico na atividade da TLR9, os
roedores apresentaram melhor resposta imune, comentaram os cientistas. Em
humanos com sepse, a intoxicação do sangue, há maior risco de morte entre 2h e
6h. E nos testes com os animais, a gravidade da sepse coincidiu com as mudanças
na atividade da TLR9.
— Encontramos um link direto molecular entre os ritmos
circadianos e o sistema imunológico, que pode ter implicações importantes para
a prevenção e o tratamento da doença. Parece que as interrupções do nosso
relógio biológico interferem na nossa suscetibilidade a micro-organismos
nocivos — diz o pesquisador Erol Fikrig, que conduziu o estudo na Universidade
de Yale.
Isto pode significar que as drogas precisam ser dadas em
determinadas horas do dia para atuarem de forma mais eficaz. Outra ideia é
desenvolver fármacos que possam acionar o relógio do corpo para colocar o
sistema imunológico em sua fase mais ativa.
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