Do NE10 - Por Silvana Melo
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imagem: ne10.uol.com.br |
Toques,
carícias, beijos ardentes... e o corpo feminino responde: o coração dispara, a respiração fica mais
ofegante, as mamas começam a intumescer e os mamilos ficam eretos, os genitais
intumescem, assumem uma coloração mais forte e se lubrificam.
Pronto. A mulher
está excitada! E quando isso não acontece? Esse é um dos problemas sexuais que
mais causam sofrimento à mulher e é erroneamente conhecido por muitos como
frigidez. No entanto, por ser um termo muito depreciativo e pejorativo, podemos
chamar mais adequadamente de disfunção sexual geral.
A mulher
com tal disfunção não possui as sensações eróticas típicas da excitação e
normalmente não fica lubrificada ou apresenta apenas uma leve lubrificação. Por
isso, muitas delas consideram a experiência sexual angustiante e frustrante.
Desenvolvem um forte sentimento de incapacidade e inferioridade, assumindo
muitas vezes o rótulo de “fria”, o que agrava ainda mais o quadro. Isso tudo
pode interferir em seus relacionamentos de modo geral e até mesmo vir a desenvolver
doenças psicossomáticas.
É
importante saber que, apesar de não ser muito frequente, algumas mulheres
atingem o orgasmo mesmo sem se lubrificar. O mais comum, no entanto, é a
inibição sexual geral ser associada à anorgasmia.
Algumas das
causas orgânicas podem ser citadas: doenças inflamatórias dos órgãos genitais e
aparelho urinário, que provocam coito doloroso; enfermidades que debilitam o
organismo como um todo, estresse, depressão, álcool, algumas mediações como
anti-hipertensivos ou antidepressivos que têm como efeito colateral a
diminuição da libido, entre outras.
No entanto,
as causas psicológicas/culturais são as mais frequentes. A educação repressora
forma o grande pano de fundo para os conflitos, culpas e medo da entrega que
rodam a cabeça de muitas mulheres na hora do sexo. A ansiedade, seu julgamento
de auto-observação, o medo de não atingir o orgasmo, o mau relacionamento com o
parceiro, a dificuldade de comunicar os seus desejos eróticos para o mesmo,
assim como a não estimulação adequada por parte do companheiro pode provocar a
disfunção sexual geral, impedindo que as mesmas não assumam seu direito ao
prazer.
Essa
dificuldade interfere negativamente não só com a autoestima feminina como
também com a masculina, pois muitos deles podem se sentir incapazes de excitar
sua parceira ou até mesmo rejeitados. Lembramos que cada caso deve ser
analisado isoladamente. É bem verdade que alguns homens precisam aprender a
tocar o corpo de uma mulher. Infelizmente essa ainda é uma queixa extremamente
comum entre as mulheres que buscam ajuda nos consultórios de terapia sexual. O
carinho, a suavidade a calma e a paciência é fundamental pois ela precisa
de mais tempo do que ele para se
excitar.
A mulher
que não se excita não pode ser considerada “ fria”; ela tem um “coração” que
sente, chora, sofre, se apaixona e ama. O que ela precisa é de um tratamento
que a estimule a falar francamente sobre seus desejos sexuais para seu
parceiro, que a desbloquei e a faça conhecer melhor o seu corpo e suas
sensações. Enfim, ela precisa descobrir e usar toda sua sensibilidade na grande
arte da entrega que é a relação sexual, se permitindo ter o seu tão merecido
prazer.
*As colunas
assinadas não refletem, necessariamente, a opinião do NE10
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