Do NE10/Ceará
A capital cearense, que nesta sexta-feira (13) celebra
286 anos com comemorações em alusão a data de fundação, tem, é claro, os
problemas comuns às capitais brasileiras. Mas probelmas à parte, a capital
também tem muita história para contar aos seus moradores e visitantes.
Para quem não sabe, Fortaleza, nem sempre foi a principal
cidade do território que na época era conhecido como Capitania do Ceará. Até 13
de abril de 1726, era apenas uma vila, um tanto quanto grande, mas ainda
insignificante para os que controlovam a região. Na época a cidade de Aquiraz,
(hoje um município que faz parte da Região Metropolitana de Fortaleza, distante
da capital 32 km) era a sede da Capitania.
FUNDAÇÃO -
A região onde hoje está a capital cearense já havia recebido, no século
anterior (XVII) à sua fundação, duas expedições holandesas. Em 1637, com forte
de São Sebastião, os primeiros holandeses tentaram fincar os pés na região,
porém foram dizimados anos mais tardes pelos índios. A segunda tentativa dos
holandeses aconteceu em 1649, onde construíram o forte de Schoonenborch (nome
dado em homenagem ao governador de Pernambuco na época), para a proteção local.
Porém o comando dos holandeses durou sete anos, quando foram expulsos pelos
portugueses que assumiram o controle do forte, aumentando suas dimensões e
rebatizando-o de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
Foi no entorno do Forte, às margens do rio Pajeú, que
surgiu e cresceu a vila que se tornaria a sede da capitania anos mais tarde,
embora, ainda dependesse economicamente de outra vila: a de Aracati (cidade que
também existe até hoje, no litoral leste do estado, a 148 km de Fortaleza),
devido ao porto instalado naquela vila. A data comemorativa de Fortaleza tem
base na definição do nome da vila ("Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção"
seria abreviado para Fortaleza, como é conhecida a capital).
Imagem do Seminário da Prainha, que existe até
hoje, no começo da Avenida Monsenhor Tabosa (imagem: fortalezanobre.blogspot.com)
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CRESCIMENTO -
A vila sede da Capitania seria elevada ao título de cidade em 1823, como nome
de Fortaleza de Nova Bragança, nome que durou pouco, voltando ao original de
Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção.
É no Segundo Império que a pequena cidade ganha seu
destaque diante as outras cidades no Ceará com a política centralizadora de Dom
Pedro II. É entre 1846 e 1877 que a cidade ganha melhorias urbanísticas. Nesse
período são construídos o Farol do Mucuripe (hoje fechado e abandonado,
aguardando políticas públicas para voltar a ser o museu que uma vez já foi,
quando funcionou nas décas de 1980 e 1990), a Santa Casa de Misericórdia (ainda
em funcionamento), Seminário da Prainha (reformado há pouco pelo governo do
estado e ainda funcionando) e a Cadeia Pública (onde hoje funciona a Emcetur -
centro comercial de artesanato no centro da cidade).
PARIS COMO MODELO - Fortaleza teve seu período conhecido como Belle Époque. O nome
surgido na europa traduzia a empolgação pública quanto a revolução
científico-tecnológica. Como o período também marcava as mudanças urbanísticas,
tudo em Fortaleza (arquitetura, cultura e até o comportamento dos
fortalezenses) se inspirou em Paris. E tudo graças ao financiamento da
exportação do algodão (que em 1870 ganhou destaque e o valor da matéria-prima
subiu estonteantemente).
imagem: fortalezanobre.blogspot.com |
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