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PE investimento
Por Shirlene Marques
A vinhaça, subproduto originado
da produção do álcool, está sendo transformada em uma fonte renovável de
energia, na unidade industrial da Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do
Grupo JB, em Vitória de Santo Antão. O projeto, que transformará vinhaça em
bionergia, foi lançado nesta quarta-feira (04). O funcionamento da unidade é
fruto de uma parceria entre a empresa baiana Cetrel, especializada no
tratamento de resíduos industriais, e o grupo pernambucano JB.
A unidade inaugurada em
Pernambuco, pioneira no Brasil,recebeu investimentos de R$15 milhões, oriundos
da Cetrel e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finepe) do Ministério da
Ciência e Tecnologia. “Foram 3 anos de pesquisa até a instalação da unidade no Grupo
JB”, afirmou a gerente da área de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues.
O
projeto de geração de bionergia é considerada pelo Diretor presidente do Grupo
JB, Carlos Beltrão, como um novo ciclo de reaproveitamento do subproduto da
cana que agregará valor social e econômico à produção canavieira. O diretor da
Cetrel, Ney Silva destacou durante o evento que a parceria com o Grupo JB só
vem a somar o espírito de inovação existente na empresa. ” Propomos soluções
ambientais e ficamos satisfeitos quanto encontramos parceiros que comungam
desse espírito”, salientou o executivo.
GÁS E ENERGIA - A produção diária
da vinhaça na Usina JB, a ser aproveitada para a produção do biogás, é de
aproximadamente mil metros cúbicos (1 mil m3), o que representa apenas 20% da
capacidade da empresa na geração do resíduo. Esta quantidade será capaz de
gerar até 0,85 MW de biogás por dia em seus motogeradores, o que totalizará uma
geração de 612 MWh de energia por mês.
Nesta fase inicial, a unidade
pernambucana produzirá e armazenará o biogás, para apenas em uma segunda etapa,
iniciar a geração de bioenergia. ” Como a safra termina agora em abril, vamos
guardar o material até setembro, quando faremos os primeiros testes de geração
de energia, nos nossos motogeradores”, explica Domingues. A previsão é de que
no segundo semestre de 2012, toda a energia gerada seja comercializada no
mercado livre e em 3 anos, a unidade de Vitória de Santo Antão tenha sua
capacidade ampliada em até cinco vezes.
De acordo com a Cetrel, a
tecnologia utilizada no projeto pernambucano, apresentada em escala de
demonstração, poderá ser aplicada em grande parte das 440 usinas
sucroalcooleiras do Brasil como fonte extra de geração de energia alternativa,
proporcionando uma receita adicional ao setor. ” Se todas as usinas utilizassem
esse modelo de geração alternativa, teríamos condições de gerar mais energia do
que algumas usinas hidrelétricas”, destacou o secretário estadual de Meio
ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier.
SAIBA MAIS - No processo de
trasformação, para cada litro de álcool produzido, em média doze litros de
vinhaça são deixados como subproduto. O resíduo tem sido utilizado pelas
usinas, apenas como produto de fertiirrigação nas lavouras.
Com a tecnologia
aplicada em Pernambuco, através do processo de biodigestão do conteúdo orgânico
presente na vinhaça será obtido o biogás, que pode ser utilizado para produção
de bioenergia em motogerador e entregue na rede de distribuição para ser
comercializada, ou como biogás veicular, após tratamento para atingir a
especificação exigida.
A vinhaça tratada a partir deste processo ainda poderá
retornar ao canavial para fertirrigação, mantendo os nutrientes importantes
para o solo.
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