Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O abuso sexual é o
segundo tipo de violência mais característica em crianças de até 9 anos, de
acordo com pesquisa divulgada hoje (22) pelo Ministério da Saúde. O
levantamento indica que esse tipo de agressão fica atrás apenas das
notificações de negligência e abandono.
Em 2011, foram registrados 14.625
casos de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra menores
de 10 anos – 35% do total, enquanto a negligência e o abandono responderam por
36% dos registros.
Os dados revelam ainda que a
violência sexual também ocupa o segundo lugar na faixa etária de 10 a 14 anos,
com 10,5% das notificações, ficando atrás apenas da violência física (13,3%).
Na faixa de 15 a 19 anos, esse tipo de agressão ocupa o terceiro lugar, com
5,2%, atrás da violência física (28,3%) e da psicológica (7,6%).
Os números apontam também que 22%
do total de casos (3.253) envolveram menores de 1 ano e 77% foram registrados
na faixa etária de 1 a 9 anos.
A maior parte das agressões
ocorreu na residência da criança (64,5%). Em relação ao meio utilizado para
agressão, a força corporal/espancamento foi o mais apontado (22,2%), atingindo
mais meninos (23%) do que meninas (21,6%). Em 45,6% dos casos, o provável autor
da violência era do sexo masculino. A maior parte dos agressores é alguém do
convívio muito próximo da criança e do adolescente: o pai, algum parente ou
ainda amigos e vizinhos.
De acordo com o ministério, o
sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) possibilita conhecer a
frequência e a gravidade das agressões e identificar casos de violência
doméstica, sexual e outras formas (psicológica e negligência/abandono). Esse
tipo de notificação se tornou obrigatória em todos os estabelecimentos de saúde
do país no ano passado.
Os dados são coletados por meio
da Ficha de Notificação/Investigação individual de violência doméstica, sexual
e/ou outras violências, que é registrada no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan). Qualquer caso, suspeito ou confirmado, deve ser notificado
pelos profissionais de saúde.
Edição: Lílian Beraldo
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