Do Correio
Braziliense
Pesquisadores
da Universidade Federal de São João Del-Rei testam em laboratório uma
substância chamada teoneladina C, que se mostra eficiente no combate ao
crescimento de células cancerígenas
Uma
descoberta feita por pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei
(UFSJ), câmpus de Divinópolis (MG), pode baratear o tratamento contra alguns
tipos de câncer. A teoneladina C, produzida por esponjas marinhas, tem se
mostrado eficiente no combate ao crescimento de células cancerígenas. Em alguns
casos, os tumores foram completamente destruídos. A expectativa é oferecer aos
pacientes um medicamento eficaz, com custo reduzido. A novidade, no entanto,
pode demorar algum tempo para chegar ao mercado: a previsão é que o estudo,
ainda em fase inicial, seja finalizado no prazo de 10 a 15 anos. Apesar da
demora, a pesquisa é acompanhada e esperada com ansiedade por pacientes e
profissionais da área da saúde.
Não há dados
exatos sobre o total gasto no país com medicamentos para pacientes com câncer,
mas sabe-se que a conta é exorbitante, já que a maior parte da medicação é
importada e considerada de alto custo. Atualmente, existem 810 remédios contra
o mal na lista da Relação Nacional de Medicamentos, que inclui drogas
fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o
Ministério da Saúde, a aquisição dessas drogas é feita de forma descentralizada
e cabe ao gestor realizar a compra . O único medicamento que o governo federal
disponibiliza é o Glivec, cuja caixa de 400mg, com 30 comprimidos, custa mais
de R$ 10 mil.
O professor
de química orgânica da UFSJ Gustavo Henrique Ribeiro Viana deu os primeiros
passos para a descoberta da teoneladina C. Ele conta que o estudo teve início
há três anos, sendo fruto de uma parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed)
e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Por enquanto, a substância foi
testada apenas em células produzidas em laboratório, mas os resultados são
animadores: ela inibiu o crescimento das células cancerígenas em até 80% e, em
alguns casos, causou a morte de todas elas. Tudo começou com minha tese de
doutorado, quando iniciei a síntese de substâncias vindas das esponjas
marinhas. Com certeza, o resultado foi além do esperado, e estamos com uma
expectativa muito boa para a segunda etapa da pesquisa, que começará no próximo
semestre , diz.
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