sexta-feira, 18 de maio de 2012

FAMÍLIA PEDE R$ 12 MILHÕES POR MORTE DE MENINA EM BERTIOGA

Do G1 Campinas e Região


imagem: itapetingaacontece.com.br

 
O advogado contratado pela família de Grazielly Almeida Lames, José Beraldo, protocola nesta sexta-feira (18) a ação de indenização por danos materiais e reparação por danos morais no valor de 20 mil salários mínimos, equivalente a R$ 12,4 milhões, pela morte da criança. Ela foi atropelada por uma moto aquática ligada por um adolescente, de 13 anos, quando brincava na orla da praia de Guaratuba, Bertioga, no litoral de São Paulo, em 18 de fevereiro.


Os pais da criança moram em Artur Nogueira (SP), onde será protocolada a ação, segundo o advogado. Para Beraldo, a compensação financeira deverá ser paga pelo padrinho do adolescente e proprietário da moto aquática, José Augusto Cardoso Filho, pelo mecânico Thiago Veloso Lins, proprietário da marina e mecânica “Jet Sky Riviera”, e seu empregado Ailton Bispo de Oliveira, além dos pais do jovem.


No dia 19 de abril, a 1ª Vara do Foro Distrital de Bertioga aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o padrinho do adolescente, dono da moto aquática; o dono da marina onde ficava guardado o veículo; e o mecânico por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. O advogado também informou que filmagens e fotos da simulação do acidente, feitas por um perito contratado pela família, também serão juntadas ao processo criminal.


Estado
A família de Grazielly também vai pedir R$ 5 milhões de indenização ao estado, segundo Beraldo, sob alegação de que houve falhas na prestação de socorro à menina. "Houve morosidade no atendimento e a menina foi levada para um local que não tinha condições de prestar atendimento adequado para um caso desta gravidade", explica.


 
Valor excessivo
O advogado contratado pela família do adolescente de 13 anos que ligou a embarcação no dia do acidente, Maurimar Bosco Chiasso, disse que considera legítimo o pedido de indenização, mas critica o valor solicitado por Beraldo. "O número buscado é um absurdo, incompatível com a jurisprudência, é querer ganhar sozinho na loteria", resume.

O advogado do mecânico e funcionário da "Jet Sky Riviera", Armando de Mattos Júnior, reitera que os seus clientes não foram responsáveis pela morte da criança e também se posiciona contrário ao valor de indenização a ser protocolado na Justiça.


"A culpa é do proprietário da moto aquática, não dos meus clientes. Vou pedir ao Tribunal de Justiça de São Paulo o trancamento da ação penal, assim como fiz em relação aos indiciamentos. De toda forma, o valor pedido é excessivo", afirma.


Investigações
Para a Polícia Civil, dias antes do acidente o mecânico fez manutenção na moto aquática. Ele realizou uma limpeza e concluiu que o equipamento estava em condições de ser utilizado. Além disso, segundo o delegado seccional de Santos, Rony da Silva Oliveira, o laudo da perícia mostra que o eixo da borboleta, uma peça responsável pela aceleração, estava oxidada. Para ele, houve negligência por parte do mecânico e do dono da marina no momento da manutenção.


O dono do equipamento, que é padrinho do adolescente, autorizou que o menor usasse o veículo, segundo a Polícia Civil. O caseiro, por sua vez, abasteceu a moto aquática, a colocou no mar e entregou a chave para o adolescente. O jovem ligou o veículo, mas não prendeu a chave no pulso ou em um colete salva-vidas. O equipamento girou na água e seguiu até a areia, onde atropelou a menina.

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