Texto publicado no site: http://www.recantodasletras.com.br/poesiasrecordativas/3282566
![]() |
imagem: coregamer.web.simplesnet.pt |
Quando criança, gostava de olhar o céu e me imaginar uma jovem adolescente e cheia de vida, cheia de esperanças de um mundo melhor onde as pessoas se entreolhassem; se olhassem nos olhos com carinho e com ternura, com desejos de querer bem um ao outro, sem maldades nem malícias, sem essa sede insaciável de querer se dar bem sempre e muitas vezes, às custas dos outros.
Quando
criança, gostava de olhar o céu e me imaginar uma mulher sabedora dos meus
direitos e deveres, dos meus anseios e desejos, das minhas vontades e necessidades,
das minhas carências e neuras. Uma mulher guerreira, batalhadora, determinada,
objetiva, mas sem perder a docilidade, a fragilidade, a espontaneidade e a
criança que existe em toda mulher.
Quando
criança, gostava de olhar o céu e me imaginar adulta, com uma profissão, um bom
emprego, um bom salário, com uma bela casa, com belos filhos e marido, vivendo num
mundinho cor de rosa, pintado pela ingenuidade, simplicidade e pela fértil imaginação
desta criança.
Quando
criança, gostava de olhar o céu e hoje crescida, continuo olhando e
contemplando o céu, mas sem a utopia dos olhos do meu passado, sem os sonhos
que outrora tivera, sem a visão fantasiosa e fértil dos pensamentos de uma
criança, sem os anseios e os desejos de mudar o mundo. Porque aprendi, a duras
penas, que a primeira, a principal e a mais dolorosa mudança começa em nós e,
que os olhos dos adultos, infelizmente, são extremamente diferentes e cegos aos
muitos olhares e dimensões visuais da eterna criança que, felizmente, ainda me
acompanha...
Meu desejo
é que cada pessoa continue alimentando os sonhos mais secretos da criança que
ainda habita em nós, que façam as pazes com ela e sejam felizes!
Nenhum comentário:
Postar um comentário