Da
Agência Brasil
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou na terça (21) que a pasta
vai mudar a forma de avaliar a qualidade do ensino médio. A proposta é
substituir a Prova Brasil, avaliação que compõe o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O
argumento do ministro é que apenas 69 mil estudantes em um universo de 8
milhões participam da Prova Brasil, enquanto o Enem é quase censitário. A
mudança já valeria para 2013.
Mercadante
se reuniu com os secretários de educação dos estados e, segundo ele, é unânime
entre os dirigentes a necessidade de usar o Enem como parâmetro da qualidade. Os
resultados do Ideb de 2011, anunciados na semana passada, mostraram uma quase
estagnação em relação a 2009 e uma piora da qualidade do ensino em alguns
estados.
No
entanto, se forem consideradas as notas do Enem obtidas por alunos da rede
pública, há uma evolução nesse segmento. Em português, a média dos alunos da
rede pública cresceu de 477,9 pontos para 503,7 pontos entre 2009 e 2011. Em
matemática a evolução foi de 477,1 pontos para 492,9 pontos no mesmo período de
comparação.
O
ministro negou que a intenção seja mudar o indicador para melhorar o resultado.
Para ele, os resultados do Enem são mais fidedignos porque a amostra de
participantes é maior e os alunos fazem a prova com mais comprometimento, já
que podem usar os resultados do Enem para ingressar em um curso superior.
Para
o ministro a motivação é a grande explicação para a diferença de resultados
entre Ideb e Enem. “O Enem se consolidou e é ele que deve realmente avaliar a
qualidade do ensino médio. Quando mostro o Enem, a proficiência em português e
matemática evoluiu muito positivamente”, defendeu.
O
MEC encomendou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep)
um estudo para que, na mudança de metodologia, não se perca a série histórica
que já existe com a Prova Brasil e que permite comparar a evolução da qualidade
e o cumprimento ou não das metas de melhoria.
Para
o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, a mudança não tenta “minimizar o
problema que existe no ensino médio”. Segundo argumenta, “não é maquiagem, de
fato nós temos problemas no ensino médio”.
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