Da Agência
Brasil
O
Ministério da Saúde vai incorporar medicamentos para tratar dos sintomas da
doença pulmonar obstrutiva crônica, conhecida por Dpoc, à lista do Sistema
Único de Saúde (SUS). Os remédios já estão disponíveis no SUS, mas para outras
finalidades, como o tratamento de asma.

Serão
incorporados os corticóides inalatórios budesonida e beclometasona e os
broncodilatadores fenoterol, sabutamol, formoterol e salmeterol. Agora, esses
medicamentos que constam da lista do SUS poderão ser indicados também para a
Dpoc.
Segundo
o pneumologista João Daniel Rego, 80% dos pacientes com Dpoc são fumantes. “As
estatísticas mostram que são pessoas que fumam há mais de 15 anos. E, como é
uma doença lenta, quando eles (os pacientes) chegam ao consultório, já estão em
um estado de médio a grave”, relata.
O
médico alertou também para a gravidade da patologia. “É uma doença com alta
taxa de mortalidade. E não há uma cura, a medicação é para combater o avanço da
enfermidade.” Entre os sintomas da doença, o médico destaca a falta de ar e
tosse com secreção.
A
publicação da portaria que amplia a indicação dos medicamentos para a Dpoc está
prevista para nesta quarta-feira. A partir de então, as farmácias da rede
pública de saúde terão até 180 dias para começar a ofertar os produtos à
população.
Dois
dos medicamentos agora indicados para o tratamento da Dpoc, o beclometasona e o
sabutamol, já são ofertados com até 90% de desconto pelo Programa Farmácia
Popular, para tratamento da asma leve e moderada. Eles podem ser encontrados
nas 557 unidades próprias espalhadas pelo país e ainda nas cerca de 20 mil
farmácias privadas, conveniadas ao programa.
Ainda
estão incluídas na lista de incorporações outras linhas de cuidados para a
Dpoc, como a vacina contra a influenza, a oxigenoterapia domiciliar e os exames
diagnósticos para deficiência de alfa-1, que é caracterizada por níveis muito
baixos ou pela inexistência, no sangue, de uma proteína produzida pelo fígado.
No
Brasil, o ministério estima que cerca de 5 milhões de pessoas tenham Dpoc. Em
2010, foram 116.680 mil internações por Dpoc no país, que custaram R$ 83,6
milhões aos cofres públicos. Em 2011, o número de internações subiu para
116.707, custando R$ 87,1 milhões. Até julho deste ano, já são 57.881 registros
de internações, que custaram ao governo R$ 45,1 milhões. Os dados também
mostram que o número de mortes aumentou. Em cinco anos, o número cresceu 12%,
passando de 33.616 mortes em 2005 para 37.592 em 2010.
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