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Estado de S.Paulo
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Quarenta presos foram transferidos na manhã deste
sábado, 16, de penitenciárias de seis cidades de Santa Catarina para presídios
federais, na maior operação do tipo feita em conjunto entre Estado e União.
Três dos presos são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e os
demais 37 fazem parte do Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
Os transferidos foram apontados pelas autoridades como
responsáveis pela onda de atentados ocorridas no Estado. Eles foram
transportados em dois aviões Hércules, que deixaram o Estado no hoje de manhã.
Os mesmos aviões haviam trazido ontem os integrantes da Força Nacional de
Segurança, que ajudaram na operação. Por questão de segurança, as autoridades
ainda não revelaram o estado dos presídios para onde esses presos foram
transferidos.
O anúncio dos resultados da operação foi feito ontem
pelo governador Raimundo Colombo (PSD) e pelo ministro da Justiça, José Eduardo
Martins Cardozo. "Estamos quebrando a espinha dorsal do crime
organizado", afirmou o governador.
Desde 30 de janeiro, as autoridades contabilizaram 104
ocorrências praticadas sob a orientação de facções criminosas, entre incêndios
a ônibus, disparos contra viaturas e bases policiais, entre outros alvos. Uma
primeira onda de atentados já havia ocorrido em novembro.
Além da transferência dos presos, as polícias fizeram
uma série de operações para cumprir 70 mandados de prisão. Florianópolis e
outras 11 cidades foram alvos das operações. Até o final da manhã, 25 pessoas
tinham sido presas, incluindo uma advogada acusada de passar informações aos
criminosos e de integrar a facção. Outros 45 mandados foram cumpridos para
presos, que foram acusados de dar as ordens para os ataques dentro dos
presídios.
A maioria dos presos foi acusada de levar informações
do interior dos presídios para as ruas. Cinco são advogados. Simone Gonçalves
Vissoto, detida em Campecheno sul da Ilha, Gustavo Gasparino Becker e Francine
Bruggenna, presos em São José, na grande Florianópolis, foram acusados de
associação o crime organizado. Os demais presos são familiares e amigos dos
presos que aproveitavam as visitas para repassar as ordens da facção.
Uma das operações estratégicas ocorreu neste sábado no
Morro do Horácio, local onde o traficante Rodrigo da Pedra, considerado um dos
principais responsáveis pela crise, domina os negócios. A mulher de Rodolfo,
acusada de comandar o tráfico no Morro, alvo principal das buscas, não foi
encontrada. Familiares do traficante foram detidos para interrogatório.
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo,
negou que exista a possibilidade de a transferência fortalecer os criminosos e
aumentar a rede de contatos deles com outras facções. Em 2010, quando a
existência da facção foi assumida em Santa Catarina, 40 presos foram
transferidos para presídios federais. Depois eles voltaram para as
penitenciárias do Estado. E os ataques passaram a ocorrer. "Não existe
nenhuma informação de que presos ampliam seus contatos em presídios federais.
Lá eles são isolados e seus contatos são cortados", disse o ministro.
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