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SÃO
PAULO - 17 de fevereiro de 1963. Esse dia, que poderia ser
como um outro qualquer, ficará marcado para sempre na história do esporte. No
bairro do Brooklyn, em Nova York, nasceu Michael Jeffrey Jordan, filho de James
e Dolores Jordan. Maior jogador de basquete que já existiu e um dos esportistas
mais importantes de todos os tempos, MJ chega aos 50 anos arrimado em uma
carreira repleta de glórias dentro das quadras e um nome capaz de render US$ 80
milhões (R$ 157 milhões) por ano até hoje, mas também abalado por fracassos
como dirigente e problemas conjugais.
É difícil encontrar um ser humano que não saiba
responder de bate-pronto quem é Michael Jordan. Não à toa, o ex-jogador,
atualmente dono de 80% do Charlotte Bobcats, pior equipe da NBA, é citado em
praticamente todas as listas das cem personalidades mais influentes do mundo.
Um estudo encomendado pela revista americana Forbes, por exemplo, mostra que a
carreira do superastro teve um impacto de US$ 10 bilhões (R$ 19,65 bilhões) na
economia dos Estados Unidos.
O nome de Jordan é tão influente que bastou surgir a
informação de que ele pode jogar uma partida oficial pelos Bobcats como parte
da comemoração do seu 50.º aniversário para que milhões de pessoas comentassem
o assunto nas redes sociais.
Os fãs de MJ desejam vê-lo em ação contra o Chicago
Bulls, na sexta-feira, mas há chance de o jogo ser postergado para mais próximo
do fim da temporada ou até não acontecer. Por ser dono de equipe, Jordan teria
duas opções para voltar às quadras: vender suas ações ou receber uma
autorização da NBA.
A primeira pista do retorno foi dada pelo próprio Jordan em 2009, no evento que o introduziu no Hall da Fama. “Pode ser que algum dia vocês me vejam jogando uma partida aos 50 anos.” Recentemente, ele intensificou os treinamentos com os Bobcats, iniciou uma dieta para perder peso e já mostrou boa forma, inclusive derrotando Michael Kidd-Gilchrist, um dos seus melhores jogadores, em uma disputa um contra um. “Claro que achava que ganharia de Jordan. Como poderia perder para alguém de 50 anos?”, disse o novato.
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Os rumores continuem. Antawn Jamison, do Los Angeles
Lakers, aumentou o clima de expectativa. "Eu não duvido que, na situação
adequada, ao lado do LeBron ou do Kobe, ele poderia marcar 10 ou 11 pontos e
jogar de 15 a 20 minutos. Eu não duvido disso, especialmente se ele estiver em
forma e sem lesões. Você ouve boatos até hoje, especialmente no ano passado,
quando ele participou de alguns treinamentos e ninguém conseguia pará-lo no 1
contra 1".
PRECOCIDADE
O talento para o esporte foi descoberto de maneira
precoce. Desde garoto, Michael Jordan já dava sinais de sua grandeza. Apesar de
ser preterido no segundo ano do colegial, por causa da sua então baixa estatura
- ele tinha apenas 1,80m -, MJ, que também jogava beisebol e futebol americano,
influência do pai, conseguiu entrar para o time do Instituto Emsley A. Laney
graças a um amigo e começou mostrar suas qualidades.
Motivado para demonstrar seu valor, MJ, que sempre foi
competitivo ao extremo, começou a se destacar e terminou a temporada com vários
jogos com mais de 40 pontos. No ano seguinte, já com dez centímetros a mais,
ele assumiu definitivamente o papel de estrela da equipe. O prodígio entrou
para o Mc'Donalds All American Team (melhor time estudantil) atingindo médias
de triplo-duplo: 29,2 pontos, 11,6 rebotes e 10,1 assistências.
Em 1981, impressionados com o novo talento que surgia
na região - a família Jordan há muito havia trocado Nova York pela Carolina do
Norte -, a Universidade local concedeu uma bolsa de estudos para o jogador,
onde se formou em geografia. Mas não era explorando regiões e elaborando mapas
que Jordan se via no futuro.
Já no primeiro ano foi eleito o melhor calouro de sua
conferência e no segundo brilhou. Em 1982, sua equipe chegava a decisão da NCAA
(liga de basquete universitário) para quebrar um jejum de títulos que já durava
25 anos. Contra Georgetown, Jordan recebe um passe na lateral do garrafão
faltando vinte segundos e anota os dois pontos que garantiram o título.
A universidade conquistava seu segundo campeonato e Jordan apenas seu primeiro. Dois anos mais tarde, o garoto encerrava sua história na Carolina do Norte, que inclusive aposentou a camisa 23, e se apresentava ao Draft. A partir de então, o esporte da bola laranja não seria mais o mesmo.
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No dia 19 de junho de 1984 começava o 38º draft da
história da NBA, no tradicional templo do basquete, o Madison Square Garden, em
Nova York. Houston Rockets e Portland Trail Blazers, donos das primeiras,
optaram por selecionar jogadores fortes, grandes, os pivôs Hakeem Olajuwon e
Sam Bowie. Terceiro na lista, o Chicago Bulls escolheu aquele que se tornaria o
melhor de todos os tempos.
A carreira de Michael nos Bulls durou ao todo 14 anos,
dividido em duas partes. A primeira passagem aconteceu de 1984 a 1993 e foi
quando ele conquistou o seu primeiro tricampeonato: 1991, 1992 e 1993. Sob o
comando do técnico Phil Jackson e ajudado pelos jovens Scottie Pippen e Horace
Grant, Jordan liderou os Bulls nos títulos contra Los Angeles Lakers, Portland
Trail Blazers e Phoenix Suns, sendo eleito MVP (jogador mais valioso) em 1991 e
1992 e melhor jogador das finais em todas as três temporadas.
Pouco depois de ser bicampeão da NBA, em 1992, Jordan,
que já havia sido campeão olímpico em 1984, em Los Angeles, ainda como
universitário, fez parte da equipe que ficou conhecida como "Dream
Team", ao lado de jogadores como Magic Johnson, Larry Bird, Scott Pippen,
Charles Barkley e Karl Malone, e levou o seu segundo ouro nos Jogos de
Barcelona, na Espanha.
Em 1994, depois de perder o pai, no auge da carreira,
Jordan anunciou que deixava o basquete para jogar beisebol. Jogou uma temporada
em equipes de menor expressão, Birmingham Barons e Scottsdale Scorpions, antes
de voltar para as quadras. Retornou na temporada 1994-95, utilizando o número
45 e não mais o imortalizado 23, mas acabou não chegando à final da Conferência
Leste.
"Tenho medo que me vejam como um deus", disse
à época. Nos três anos seguintes, quando retirou da aposentadoria o 23, Jordan,
no entanto, não decepcionou. Com um nova safra de valores, como Ron Harper,
Toni Kukoc e ainda ao lado de Scott Pippen, Jordan faturou mais três anéis de
campeão da NBA: 1996, 1997 e 1998, sendo eleito MVP em dois deles.
Depois de colocar o Chicago Bulls ao lado dos tradicionais
Boston Celtics e Los Angeles Lakers, franquias mais vitoriosas da NBA, Jordan
anunciou sua segunda aposentadoria em 1999. No ano seguinte, virou executivo do
Washington Wizards, fracassou. E em 2001 expressou interesse em voltar às
quadras. "Volto como jogador do esporte que amo", anunciava. Jogou
duas temporadas para os Wizards antes de se aposentar definitivamente em 2003.
Incomodado com o fracasso como dirigente, Jordan
decidiu ter o seu próprio time e comprou uma parte de Charlotte Bobcats em 2006,
ano também em que se divorciou de Juanita Jordan. O fim da união de 17 anos
custou US$ 168 milhões (R$ 327 milhões) ao ex-jogador, o mais caro divórcio de
uma celebridade da história. Em 2010, ele se tornou proprietário majoritário do
Bobcats. O plano de ter uma franquia vitoriosa ainda não saiu do papel.
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