Recriada com o propósito de ser
um belo espaço de lazer, a Praça Dom Luís de Brito, popularmente conhecida como
Praça da Matriz, além de se tornar o grande point de encontro de jovens, idosos
e casais da cidade, agora está se evidenciando também como um fomentado espaço
cultural.
Quase que semanalmente, é
possível ver na nova praça espaço eventos de variados estilos que levam gente
de todas as idades àquela que é considerada um modelo de espaço em
acessibilidade no interior do Estado. Aliás, na sua nova formatação, a praça
foi pensada para isso, com um grande pátio central e um palco de porte médio,
onde é possível recepcionar uma infinidade de apresentações artísticas que vão
desde bandas, passando por teatro mambembe, rodas de capoeira ou de street
dance.
No último sábado à tarde quem foi a Matriz pode assistir mais um desses belos espetáculos: Cafuringa, realizado pelo Grupo Cafuringa, em homenagem ao saudoso artista de rua Cafuringa, Rubens Martins, ventríloquo que, munido dos seus bonecos, comercializava garrafadas pelas ruas do Recife prometendo curar todo tipo de doença.
Aproveitava para
vender o remédio “milagroso” aos passantes do Pátio do Carmo, onde dividia a
pouca sorte com camelôs, prostitutas e bêbados. Cantador de emboladas e
manipulador de ventríloquo, o personagem da vida real sofreu represálias do
poder público e da igreja, unidos por uma “limpeza social” na área, no ano
2000.
Precisou sair de cena. Morreu no mesmo ano em decorrência de um acidente
vascular cerebral (AVC). Para os admiradores, partiu de tristeza. A história,
melancólica à primeira vista, é agora recontada no espetáculo que está rodando
o Estado. A encenação de rua, gratuita, com trilha sonora ao vivo, é permeada
por atores que utilizam máscaras e bonecos nas mais distintas manipulações.
“Não tínhamos a pretensão de
fazer uma biografia do personagem. Nossa tentativa foi a de um recorte de sua
vida. Ele tinha um universo brigante forte. E foi isso o que retratamos”,
contou o ator Luiz Filho, que divide o palco com Alexandre Menezes, Pablo
Dantas e Cleydson Catarina. Todos utilizam máscaras e bonecos em distintas
manipulações, com o auxílio dos músicos Rodrigo Félix e Filippo Rodrigo. A
direção de arte é assinada por Cleydson Catarina (CE).
Para Herika Araújo, atriz e
produtora cultural vitoriense, “Vitória de Santo Antão carecia de bons espaços
onde espetáculos como esse pudessem se apresentar. É uma grande conquista para
todos nós, artistas e amantes da arte. Ainda falta termos um teatro municipal,
mas com trabalho e empenho chegaremos lá”.
A prefeitura da Vitória, que apóia
as apresentações artísticas na praça através da Secretaria de Cultura, turismo
e Esporte, já anunciou que trabalha um modelo de reforma semelhante ao que foi
implantado na Matriz para a Praça do Livramento e que, juntamente com o Parque
Bela Vista que também foi reformado nesta gestão, o município terá três belos
centros de lazer. Hoje também já é possível contar com internet wireless
gratuito nos três espaços disponibilizado pelo poder público municipal, o que
também não deixa de ser um fomento à arte através do conhecimento.
Portal PMV
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